Ministro sírio: Transição deve ser liderada pelo presidente Assad

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, dirigirá o país do período de transição, caso um acordo seja alcançado na Conferência Internacional de Paz “Genebra 2”, que deve ser realizada em janeiro, segundo declarou o ministro da Informação Omran al-Zoubi, citado nesta quarta-feira (4) pela emissora persa HispanTV.

Bashar Al-Assad - Reuters

“Se alguém pensa que vamos a Genebra 2 para entregar as chaves de Damasco, melhor que não compareça”, assinalou o ministro sobre a celebração da reunião internacional, que visa o diálogo político entre as partes envolvidas num conflito armado que já dura quase três anos.

Em entrevista à emissora de televisão do Líbano Al-Mayadeen, Al-Zoubi disse que a decisão sobre o papel de Assad diz respeito ao próprio presidente, que liderará o processo de transição como líder da Síria e da resistência anti-imperialista na região.

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O ministro afirmou ainda a sua oposição à participação da Arábia Saudita na conferência, depois de criticar veementemente o regime de Riad pelo apoio aos grupos armados que buscam derrubar o governo sírio e por sua intervenção direta no conflito, contra um governo constitucional.

“Nada justifica a presença da Arábia Saudita em um processo político regional”, disse Al-Zoubi. “Queremos que o governo saudita não vá à conferência porque já prejudicou muito a Síria e aos sírios.”

Entretanto, o enviado especial da Organização das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi tem defendido a participação tanto dos sauditas quanto do Irã na conferência, como atores ligados às partes em conflito.

Num movimento liderado pela Arábia Saudita, assim como pelo Catar, por exemplo, a Síria, um dos fundadores da Liga Árabe, foi suspensa da organização em 2011, e seu assento foi repassado a representantes dos rebeldes, ou da “oposição”, em uma clara ingerência na política interna do país.

Os paramilitares que atuam na Síria têm procedência de mais de 80 países, mercenários estrangeiros, inclusive islamitas, que recebem apoio político, bélico e financeiro da Arábia Saudita, do Catar, da Turquia, de Israel e de parte do Ocidente.

Após meses de adiação, a Conferência Internacional de Paz sobre a Síria, ou "Genebra 2", está programada para o dia 22 de janeiro, na Suíça, para dar seguimento à realizada em junho de 2012. Embora o governo de Assad viesse instando a oposição a sentar-se à mesa de negociações, o apoio estrangeiro aos paramilitares permitiu que eles se recusassem a negociar e determinassem a escalada da violência.

Da redação do Vermelho
Com informações da HispanTV