Xi e Joe Biden discutem relações entre China e Estados Unidos
O presidente chinês Xi Jinping reuniu-se com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, nesta quarta-feira (4), em Pequim. O encontro teve como tema central, de acordo com a agência chinesa de notícias, Xinhua, a manutenção das relações entre os dois países na “direção correta”, principalmente devido aos últimos eventos relativos a disputas territoriais da China com o Japão e o subsequente anúncio da zona de identificação de defesa aérea (Adiz) no Mar da China Oriental.
Publicado 04/12/2013 16:48

No início da reunião, Xi disse esperar que a visita de Biden fortaleça a confiança, as trocas e a cooperação entre a China e os Estados Unidos. O encontro durou quase quatro horas, e o presidente chinês disse que os dois países precisam manter “a direção correta” nas suas relações bilaterais.
Neste sentido, Xi manifestou a importância de os dois lados manterem o respeito pelos interesses e preocupações centrais de cada um, aumentar ativamente a cooperação, lidar de maneira apropriada com questões sensíveis e disputas e assegurar um crescimento contínuo e estável das relações bilaterais.
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“O mundo está passando por mudanças complicadas”, disse o presidente. “A China e os EUA, como as duas maiores economias mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, partilham obrigações importantes para manter a paz mundial e a estabilidade, e para promover o desenvolvimento.”
Para Xi, “aumentar o diálogo e a cooperação é a única escolha correta para nós”. O presidente caracterizou o atual momento das relações com os EUA como “saudável” desde o início do ano, fazendo referências a acordos sobre um novo modelo de relações entre os maiores países durante reuniões recentes com o presidente Barack Obama.
Aproximação comercial
Temas como a comunicação estratégica de alto nível, a promoção do desenvolvimento de mecanismos como o Diálogo Econômico e Estratégico EUA-China, a manutenção de trocas e diálogos militares, a cooperação em temas securitários, anti-terrorismo, vigor da lei e não-proliferação nuclear também foram ressaltados como prioridades por Xi.
O presidente chinês caracterizou a cooperação comercial como um “impulsionador” das relações bilaterais, e sugeriu que os dois países devem expandir parcerias no comércio, na construção de infraestrutura, urbanização, segurança alimentar e trocas subnacionais, acelerando as negociações sobre um acordo bilateral de investimentos e promovendo a 24ª reunião da Comissão Conjunta EUA-China sobre Comércio e Trocas (JCCT).
A comissão foi estabelecida em 1983, com o propósito de abordar questões comerciais e promover oportunidades. “Esperamos que os Estados Unidos relaxem o controle sobre as exportações de produtos de alta tecnologia para uso civil à China”, disse Xi.
O presidente saudou o aumento de empresas estadunidenses que investem na China e encorajou mais empresas chinesas a explorarem o mercado dos EUA, ao passo em que disse esperar que o governo norte-americano passe a oferecer um ambiente justo de competição para as empresas chinesas que invistam no país.
Neste sentido, Xi propôs o avanço da coordenação de políticas macroeconômicas e o fortalecimento da proteção energética e ambiental como novas áreas de crescimento e cooperação.
Crescimento e cooperação bilateral
Já o vice-presidente estadunidense correspondeu às declarações do presidente chinês e classificou as relações entre os dois países de “os laços bilaterais mais importantes do século 21”, saudando o empenho de Xi na construção de um novo modelo de relacionamento entre potências que possa evitar confrontações.
Biden se disse impressionado com a decisão de aprofundamento das reformas, feita na terceira sessão plenária do 18º Comitê Central do Partido Comunista da China, no início de novembro, e afirmou convicção de que o povo chinês cumprirá seus objetivos de fortalecer a nação.
“Os Estados Unidos gostariam de trabalhar com a China para melhorar mecanismos, manter diálogos e trocas regulares, aumentar a cooperação substancial, elevar as trocas e cooperação entre Exércitos, gerir as diferenças de forma construtiva e impedir que intervenções impactem as relações em geral”, disse o vice dos EUA.
Biden chegou a Pequim nesta quarta, para a sua segunda visita ao país como vice-presidente dos Estados Unidos. O envolvimento do seu país em questões regionais como as disputas territoriais da China com o Japão (que ocupa diferentes ilhas chinesas) e a movimentação militar na sua região tem sido um fator de tensão entre os três países.
Com informações da Xinhua,
Da redação do Vermelho