Plano Pátria: Maduro recebe "testamento" escrito por Chávez

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu na última quarta-feira (4) o Plano da Pátria 2013-2019 – aprovado nesta semana como a Lei da República. O documento traz as diretrizes que o governo venezuelano deverá seguir nos próximos anos. De acordo com Maduro, o plano foi escrito a mão pelo presidente Hugo Chávez, e deixado como "testamento" para o planejamento governamental. Um ato solene marcou a entrega do plano. Cerimônia transmitida em cadeia nacional de rádio e TV.  

Chávez e Maduro

“Eu chamo vocês [povo] para trabalharmos juntos, para que trabalhemos pela paz, para que possamos converter o Plano da Pátria em uma carta de navegação para o futuro. Não é um plano feito por um grupo de especialistas em marketing internacional, para enganar o povo e nem um conjunto de propostas vazias”, disse.

O plano foi aprovado pela Assembleia Nacional Constituinte venezuelana. O documento foi escrito por Chávez após uma convocatória feita por ele, quando, em meio ao tratamento contra o câncer, chamou os movimentos sociais que compõem o Poder Popular, que em novembro do ano passado debateram ideias em todo o país para criá-lo.

O texto será usado para direcionar as ações governamentais em matéria social, econômica e cultural. O plano visa à “preservação da independência nacional, a continuidade da construção do modelo socialista do século 21, além de estabelecer a meta de transformar a Venezuela em uma potência mundial, bem como construir um mundo pluripolar e salvar a vida do planeta”.

Para o governo de Nicolás Maduro e apoiadores do chavismo, o Plano da Pátria 2013-2019 é considerado o testamento político de Chávez que “ordena os objetivos para dar continuidade à revolução bolivariana no país”.

Durante a cerimônia no Palácio Miraflores, em Caracas, Maduro rejeitou as críticas da oposição, que não queria a aprovação dalei. “Não é nada novo que esta velha classe política da oposição venezuelana tenha usado falsos argumentos para negar a aprovação do plano”, disse.

A oposição critica o fato de o texto ter sido aprovado como Lei da República, e ainda o fato de que o documento contempla um acordo cívico-militar para proteger o atual governo.

Além da entrega do plano, na reta final da campanha eleitoral, o governo procura manter vivo o nome de Hugo Chávez e a ideia de continuidade do atual governo. Em novembro, o governo decretou o dia 8 de dezembro como o “Dia da Lealdade e do Amor ao Comandante Chávez”, o decreto de número 541 foi publicado no Diário Oficial venezuelano, para “exortar o povo a honrar a herança do comandante supremo Hugo Chávez”.

A oposição também luta para conquistar mais prefeituras. O governador de Miranda e líder dos oposicionistas, Henrique Capriles, percorreu o país nos últimos meses tentando convencer o eleitorado a ampliar o apoio aos partidos opositores.

Fonte: Agência Brasil