Cuba : EUA são responsáveis por americano detido na ilha

Ao completar o 4º ano da detenção do contratista estadunidense Alan Gross em Cuba, os Estados Unidos “cobraram” de Havana sua libertação imediata e incondicional. Em resposta, a chancelaria cubana emitiu um comunicado reiterando que os “Estados Unidos têm responsabilidade direta pela situação de Gross e de sua família e como tal deve trabalhar com o governo cubano em busca de uma solução”.

Cuba reiterou sua disposição ao diálogo com os EUA| Foto: Reuters/Enrique De La Osa

No dia 3 de dezembro, veículos de imprensa dos Estados Unidos divulgaram a carta que 66 senadores estadunidenses, democratas, republicanos e independentes enviaram ao presidente Barack Obama, em relação ao caso de Gross. Os senadores instaram o presidente a “conferir prioridade humanitária à sua libertação e a dar qualquer passo que seja do ‘interesse nacional’ dos Estados Unidos, de maneira expedita a fim de conseguir sua libertação” e manifestaram que darão o apoio necessário para a obtenção desse objetivo.

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A chanceler cubana, diretora Geral dos Estados Unidos do Ministério de Relações Exteriores, Josefina Vidal, no entanto, esclareceu que “o Sr. Alan Gross foi detido, processado e sancionado por violar as leis cubanas, ao implementar um programa financiado pelo governo dos Estados Unidos com o objetivo de desestabilizar a ordem constitucional cubana mediante o estabelecimento de sistemas de comunicação ilegais e encobertos, com tecnologia não comercial. Estas ações constituem delitos graves que são severamente punidos na maioria dos países, inclusive Estados Unidos”.

Apesar disso, acrescenta, “o governo cubano reitera sua disposição de estabelecer um imediato diálogo com o governo dos Estados Unidos para encontrar uma solução para o caso do Sr. Gross sobre bases recíprocas, que contemple as preocupações humanitárias de Cuba vinculadas ao caso dos quatro cubanos lutadores antiterroristas que estão presos nos Estados Unidos”, pontuou.

Há 15 anos, cinco agentes de inteligência cubanos que trabalhavam para desarticular grupos terroristas baseados nos Estados Unidos foram condenados em Miami por crimes diversos. Rene Gonzalez foi libertado em outubro de 2011 sob condicional, tendo que permanecer nos Estados Unidos por três anos.

“Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González, que fazem parte do Grupo dos Cinco, cumprem prolongada e injusta prisão por delitos que não cometeram e que nunca foram provados. Seu encarceramento tem um alto custo humano para eles e seus familiares. Não viram seus filhos crescerem, perderam mães, país e irmãos, enfrentam problemas de saúde e estão separados de sua família e de sua pátria por mais de 15 anos”, lembrou a chanceler em nota.

Cuba garante que Gross vem recebendo tratamento decoroso e humano desde que foi preso e “compreende as preocupações humanitárias que ocorrem no caso do Sr. Gross”, mas assegura que “governo dos Estados Unidos tem responsabilidade direta por sua situação e de sua família e como tal deve trabalhar com o governo cubano em busca de uma solução”.

Da Redação do Portal Vermelho,
com a colaboração de Max Altman.