Dirigente da UJS na Bahia participa de missão na Síria

Envolvida em uma sangrenta guerra civil há quase três anos e que já vitimou mais de 120 mil civis, a República Árabe da Síria foi o destino de uma missão organizada pelo Comitê de Solidariedade ao Povo da Síria entre os dias 24 de novembro e 2 de dezembro de 2013. A União da Juventude Socialista (UJS), através do dirigente da entidade na Bahia, Caio Botelho, integrou o grupo de brasileiros que visitou o país.

Durante os dias em Damasco, capital da Síria, foram realizadas uma série de reuniões com representantes do governo, de partidos políticos e entidades do movimento social sírio. Em todas as oportunidades, a condenação aos crimes de guerra que estão sendo cometidos pelos mercenários e a crítica a ingerência das grandes potências mundiais – em especial os EUA – nas questões internas do país árabe deram a tônica das discussões.

A missão entregou um manifesto assinado pela UJS e por mais de 50 organizações e personalidades brasileiras. No texto, ressaltam a defesa do diálogo e de uma solução diplomática como alternativa ao terror que está sendo provocado pela guerra civil. De acordo com estimativas do governo sírio e de organizações internacionais, calcula-se entre 60 e 75 mil o número de estrangeiros que ingressaram ilegalmente no país, oriundos de mais de 80 nações distintas e financiados por países satélites dos EUA, como a Arábia Saudita.

Não se trata de um exército revolucionário em luta por liberdade e democracia, como faz crer a cobertura oferecida pela imprensa internacional, mas de jihadistas, takfiristas, salafistas, wahabistas e organizações como a Al Qaeda e a Frente Al Nusra, todas conhecidas por defender um estado islâmico e intolerante à liberdade religiosa e à democracia.Os resultados são trágicos para o povo: além do elevado número de vítimas fatais, mais de 2,2 milhões de sírios já se refugiaram do país – a maioria em direção ao Líbano. Segundo a ONU, 52% desses refugiados são crianças.

A economia sofre com os abalos causados pelos ataques aos poços de petróleo (principal atividade econômica do país) e às indústrias, e nos dois anos de conflito a inflação acumulada passa de 300%. Ainda assim, a população entende o que está ocorrendo e durante esse período a popularidade do presidente Bashar Al Assad aumentou.

Bandeira da UJS no front de batalha

Um dos mais importantes encontros da missão de solidariedade foi com o primeiro-ministro da Síria e chefe de governo, Wael Nader Al Halqi. Na oportunidade, ele ganhou de presente uma bandeira da UJS, como uma forma de simbolizar o apoio do conjunto da militância da entidade ao exército e ao povo da Síria. O primeiro-ministro agradeceu e se comprometeu a levar a bandeira ao front de batalha.

A delegação ainda teve encontros com o presidente do Parlamento Sírio, Jihad Lahham; com o ministro da Informação, Omran Al Zoubi; e com o vice-ministro das Relações Exteriores, Faisal Al Mekdad. As duas principais autoridades religiosas também foram visitadas: o Mufti de Damasco, Ahmad Hassoun, maior representante do islamismo no país; e Louka El Khouri, patriarca da Igreja Cristã Ortodoxa. O convívio pacífico entre as religiões foi bastante ressaltado nesses encontros.

Reuniões foram realizadas também com o Partido Comunista Sírio – Unificado, que possui representação parlamentar e integra a Frente Nacional, coalizão que sustenta o governo do presidente Bashar Al Assad, e com o Partido Comunista Libanês. A UJS ainda manteve contato com a Juventude Democrática da Síria, vinculada ao Partido Comunista. Em todas as oportunidades, ficou clara a condenação dos comunistas à tentativa de derrubada do presidente Al Assad por meio de uma guerra civil patrocinada pelo imperialismo.

Fonte: UJS