Rússia critica ingerência ocidental na crise ucraniana

O vice-ministro russo de Assuntos Exteriores Alexei Meshkov ratificou nesta sexta-feira (13) a exigência de Moscou de que a União Europeia (UE) e seus aliados deixem de intrometer-se nos assuntos internos da Ucrânia.

Voltamos a destacar a importância de não interferir nos assuntos da Ucrânia. É preciso dar aos ucranianos a possibilidade deles mesmos decidirem sobre seu futuro, por isso alguns sócios europeus deveriam fazer menos declarações a respeito, afirmou Meshkov.

O vice-chanceler, citado pela Rádio Mayak, recordou que Moscou defende a busca de soluções reais para os problemas econômicos de Kiev, "em vez de jogar lenha na fogueira".

Tais problemas não se resolvem na rua, mas sim na mesa de negociação, agregou.

Destacou que a maioria dos países vinculados à União Europeia na Associação Oriental (Armênia, Azerbaijão, Belarus, Geórgia, Moldova e Ucrânia) pertencem, com a Rússia, à Comunidade de Estados Independentes e algumas à Organização do Tratado de Segurança Coletiva.

Na opinião do vice-chanceler, seria incorreto ignorar todos esses vínculos, que datam desde os tempos da União Soviética.

Ter em conta todas estas circunstâncias e atuar em interesse do desenvolvimento econômico e do bem-estar social destes países é de fundamental importância, e a Rússia está disposta a manter este tipo de relações com seus sócios, sustentou.

O Parlamento Europeu aprovou ontem uma resolução na qual chama as autoridades ucranianas a não agirem contra os manifestantes pró-europeus que desde 21 de novembro ocupam a Praça da Independência e vários edifícios públicos em Kiev.

Inicialmente, os líderes opositores que atuam como porta-vozes dos manifestantes pediam o reinício do processo preparatório para a assinatura do acordo de associação e um tratado de livre comércio com a UE.

Com o passar dos dias, a essa exigência acrescentou-se a de eleições presidenciais e parlamentares antecipadas e a renúncia do presidente Víktor Yanukóvitch e do Governo.

Por sua vez, o Comissário Europeu de Ampliação e Política Europeia de Vizinhança, Stefan Fule, sustentou nesta sexta que a UE e Kiev prepararão um caminho para implementar o acordo de associação e o tratado de livre comércio.

Em segundo lugar, ajudaremos a Ucrânia em seus esforços de criar as condições necessárias para atingir os acordos com o Fundo Monetário Internacional, disse.

No entanto, o comissário afirmou que é especulação a demanda de 20 bilhões de euros por parte de Kiev como compensação pelas perdas sofridas no processo de adequação das normas da economia ucraniana às da UE.

Estou convencido de que muitas cifras informadas não estão justificadas, concluiu Fule.

Fonte: Prensa Latina