Camponeses paraguaios em luta contra latifundiários e repressão 

A Federação Nacional Camponesa paraguaia declarou nesta quinta-feira (12) que levará adiante uma luta sem quartel contra o aumento indiscriminado de novas plantações de soja e suas aplicações de agrotóxicos que afetam as populações.

A declaração foi divulgada no final de uma assembleia na região de San Vicente, departamento (equivalente a estado) de San Pedro, depois da notícia de que 24 camponeses foram feridos pela repressão policial e militar durante dois protestos ocorrido no local.

As novas plantações e a aplicação aérea de produtos químicos em zonas proibidas pela lei são rejeitadas pelos camponeses, mas as manifestações são vigiadas por policiais e empregados dos latifundiários que portam armas, assegura a Federação.

O dirigente Arnaldo Ayala disse que os protestos se estenderão a todos os assentamentos em cujas proximidades se pretenda realizar novas plantações, na operação denominada "sojização ilegal" do país.

Ayala agregou que as bases da organização estão preparadas para resistir à ofensiva dos grandes agroexportadores.

Segundo as leis vigentes, está proibida a aplicação de agrotóxicos nas proximidades dos povoados, estradas e vielas, mas isso é violado com o consequente prejuízo para a saúde inclusive de mulheres, crianças e idosos.

Comentou que fazendeiros brasileiros, após desalojarem violentamente os camponeses, semearam 520 hectares na região com a proteção de policiais, os quais permanecem no local a serviço dos infratores da lei.

Um vídeo distribuído aos meios de comunicação mostrou imagens da agressão dos policiais e permite comprovar os disparos a queima-roupa contra os manifestantes, resultando em pessoas feridas.

Prensa Latina