Abbas recusa reunião com Netanyahu por falta de progresso

Um membro do Comitê Central do Fatah, partido à frente do governo da Autoridade Palestina (AP), negou rumores de que o presidente Mahmoud Abbas teria cedido à pressão dos Estados Unidos e concordado em encontrar-se com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Jamal Muheisen disse ao portal de notícias Alresala, no domingo (15), que não há encontros entre os três (AP, EUA e Israel) planejados para o futuro próximo.

Mahmoud Abbas e John Kerry - Middle East Monitor

O membro do Fatah explicou ao portal que uma reunião entre o presidente Abbas e o premiê israelense não deve acontecer antes de qualquer progresso nas negociações de paz entre as partes.

Muheisen exigiu que o governo estadunidense pressione os israelenses para que as conversações sigam adiante, principalmente reiterando a reivindicação dos palestinos sobre o desrespeito à diplomacia com o anúncio constante, pelo governo israelense, de construção ou expansão das suas colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste.

As negociações, para os palestinos, ainda não resultaram em qualquer avanço significativo, e estão num impasse grave há meses. O processo foi retomado no final de julho, com diversas reuniões entre as equipes diplomáticas de Israel e da Palestina, algumas com a presença do enviado especial dos EUA para o tema, Martin Indyk. Os palestinos, entretanto, cobram maior envolvimento e pressão dos Estados Unidos.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, encontrou-se com Abbas e com Netanyahu na quinta e sexta-feira (13), em sua segunda visita à região em duas semanas. Durante as reuniões, Kerry discutiu uma iniciativa “securitária” para resolver a questão do Vale do Jordão e da fronteira com a Jordânia, onde Israel pretende manter tropas militares após o estabelecimento de um Estado da Palestina desmilitarizado.

O governo palestino, entretanto, rechaçou a proposta esquematizada, elaborada por um general aposentado dos EUA. Embora a nova abordagem de Kerry se centre na reunião direta entre israelenses e palestinos para salvar as negociações, o processo continua estagnado, e chegaram à beira do cancelamento em mais de uma ocasião.

Os membros da equipe palestina dedicada às negociações também pediram demissão, em protesto pela contínua demonstração de descompromisso por parte do governo israelense. As pressões internas e a falta de consenso sobre a abordagem às negociações têm favorecido as tendências sionistas e agressivas de Israel, torando impraticável um processo que leve à criação de um Estado palestino independente.

Da redação do Vermelho,
Com informações do Middle East Monitor