Conselho de Segurança da ONU analisa conflito sírio

O Conselho de Segurança das Nações Unidas debate nesta segunda-feira (16) o tema do conflito armado que afeta a Síria desde 2011, em uma jornada dedicada a analisar a situação do Oriente Médio.

Segundo divulgado, o encontro acontecerá a portas fechadas e a expectativa é que sua agenda inclua temas como a destruição das armas químicas e a realização no próximo dia 22 de janeiro da segunda conferência internacional de Genebra, promovida pela ONU para procurar uma saída política à crise.

Por mais de dois anos, a Síria vem sofrendo com enfrentamentos violentos, marcados pela presença de bandos e mercenários armados e financiados a partir do exterior com o objetivo de derrubar o presidente Bashar al-Assad e mudar o regime.

Os debates no órgão de 15 membros, cinco deles com assento permanente, acontecem apenas quatro dias depois da confirmação do uso de armas químicas no conflito, ainda que sem identificar responsabilidade de nenhuma das partes, seja o Governo ou os diversos grupos opositores.

Na quinta-feira passada, a equipe de inspetores liderada por Aake Sellström entregou ao secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, seu relatório final sobre as investigações para verificar as múltiplas denúncias do uso de gases letais na nação árabe, realizadas por Damasco e por potências ocidentais que apoiam os rebeldes.

De acordo com o documento, foram coletadas evidências "claras e convincentes" da utilização de gás sarin em Guta no dia 21 de agosto, assim como elementos que apontam ao provável uso de armas químicas em Khan Al-Assal, Khobar, Saraqueb e Ashrafiah Sahnaya, mas sem provas determinantes.

Além disso, está em pauta a preparação de uma nova fase da Missão Conjunta da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e das Nações Unidas, que consiste em destruir esses artefatos fora da Síria.

Depois da iniciativa russa e da adesão de Damasco à Convenção de Armas Químicas terem evitado uma intervenção militar dos Estados Unidos – que sem apresentar provas acusou o Governo de Al-Assad de usar gás contra civis – o Conselho de Segurança aprovou uma resolução para desmantelar essas armas, mandato a cargo da Missão Conjunta.

Depois de etapas que levaram à inutilização de instalações com capacidade de produção desses artefatos, amanhã deve ser divulgado o plano para destruir as substâncias fora do país árabe, meta final da operação fixada pelo Conselho em junho de 2014.

O outro tema é a realização no próximo mês da reunião chamada Genebra 2, promovida pela ONU para chegar a uma saída política à crise, à qual atribui 100 mil mortos e nove milhões de deslocados.

Damasco confirmou sua presença no encontro com o critério de satisfazer as demandas do povo sírio e de trabalhar com aqueles interessados na solução pacífica ao conflito, enquanto a diversidade de grupos opositores reflete posturas conflituosas em relação ao foro, que vão desde participar até recusar sua realização.

O governo sírio tem criticado e qualificado como ingerência a postura dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais e árabes, que veem na conferência uma oportunidade de impor a saída de Al-Assad do poder.

Fonte: Prensa Latina