Estados Unidos anunciam revisão no processo de espionagem da NSA

Contínuas revelações sobre as práticas em massa de espionagem e operações clandestinas dos Estados Unidos em todo o mundo comprometem a administração do presidente Barack Obama, que tenta contornar as críticas de cidadãos e de vários governos. Sendo assim, o governo anuncia mudanças no processo, ou seja, a espionagem continua, mas agora com novas regras.

As filtragens do ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden, forçaram a Casa Branca a iniciar uma investigação para revisar os procedimentos de vigilância e acalmar a opinião pública.

Neste domingo (22), o presidente do Comitê Judicial do Senado, Patrick Leahy (Vermont), anunciou no programa Meet The Press da emissora de televisão NBC News que em 14 de janeiro o senado fará uma audiência com o painel de cinco especialistas designados para revisar os procedimentos da NSA.

Na semana passada, o grupo apresentou ao Executivo um relatório com 46 recomendações, algumas das quais incluem frear a capacidade da NSA para obter certas informações.

Obama prometeu que nas próximas semanas informaria algumas modificações no trabalho da NSA, o que supõe que Washington continuará com suas práticas de espionagem interna e em todo o mundo, mas com novas regras.

Documentos divulgados por Snowden, confirmaram que Washington espia as chamadas telefônicas e as comunicações pela internet não só de estadunidenses, mas de cidadãos em muitos outros países.

As informações apontam para a escuta ilegal das comunicações da chanceler alemã, Ángela Merkel, da presidenta Dilma Rousseff e do mexicano Enrique Peña Nieto, entre outros líderes, alguns dos quais exigiram explicações de Washington.

Foi divulgado também que as atividades de espionagem e rastreamento de comunicações eletrônicas ao redor do mundo já eram uma prática comum durante o mandato do ex-presidente George W. Bush (2001-2009).

Também ontem foi revelado que a Agência Central de Inteligência (CIA) colaborou com o Exército colombiano para assassinar ao menos vinte quatro líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).