ONU dobrará forças de paz no Sudão do Sul após milhares de mortes

O Conselho de Segurança da ONU anunciou nesta quarta-feira (25) que, por unanimidade, decidiu dobrar as Forças de Paz em ação no Sudão do Sul. A medida é consequência da morte de milhares de pessoas nas últimas semanas, vítimas de um confronto civil no país. Serão agora cerca de 12 mil combatentes de paz para tentar controlar a onda de violência.

Conflito no país já deixou milhares de mortos | Foto: Reuters

A decisão foi tomada após a descoberta de três valas comuns com dezenas de corpos de vítimas assassinadas. Só na quarta-feira (25) foram encontrados 75 corpos em uma vala comum em Bentiu, no norte do país.

Leia também:
EUA exige que Sudão do Sul dê fim ao clima de violência
EUA ameaçam aumentar presença militar no Sudão do Sul

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também anunciou o envio suplementar de três unidades policiais com 423 pessoas, três helicópteros de ataque, três helicópteros com fins utilitários e um avião de transporte militar C130. “Não há solução militar para este conflito. É uma crise política que requer uma solução política pacífica”, disse, no entanto, Ban após agradecer ao Conselho de Segurança pela pronta resposta.

Horas antes da votação no Conselho de Segurança, o exército do Sudão do Sul recuperou a cidade de Bor, capital da província de Jonglei, que estava sob o controle dos opositores desde a última quinta-feira (19).

Segundo informações oficiais da ONU, o Sudão do Sul sofre com conflitos de militares, forças policiais e múltiplas etnias que compõem o país. O estopim, porém, foi a crise política deflagrada no país após desavenças entre o presidente, Salva Kiir, e seu rival o ex-vice presidente, Riek Machar – que ameaçou tomar o poder por meio das armas, incitando a violência em alguns grupos opositores do país.

Os Estados Unidos exigiram nesta terça-feira (24) a “cessação imediata das hostilidades” no Sudão do Sul para que possam começar as “negociações políticas” entre as duas facções em conflito. “O secretário de Estado, John Kerry, exigiu tanto do presidente sul-sudanês, Salva Kiir, como do ex-vice-presidente Riek Machar que aceitem a cessação de hostilidades e comecem negociações políticas”, explicou Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.

O Japão também se pronunciou nesta quarta (25) sobre o confronto civil. Tóqui confirmou que não retirará o contingente das Forças de Autodefesa que participa da missão de paz da ONU no Sudão do Sul, apesar do aumento da violência no país africano. “Seguiremos contribuindo à construção nacional do Sudão do Sul junto com a comunidade internacional”, declarou o ministro porta-voz, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva.

De acordo com a correspondente da Deutsche Welle, Hannah McNeish,  no país já se fala em guerra civil. "A situação escalou de um conflito político para assassinatos étnicos generalizados", disse McNeish, que está na capital do Sudão do Sul, Juba. Segundo ela, civis armados se juntaram a várias facções militares e estão atacando etnias rivais.

Fonte: Opera Mundi, com informação da Deutsche Welle