“Viajar para o Haiti foi a melhor coisa que fiz na minha vida”
“Uma experiência inigualável. Viajar na garupa de uma moto numa estrada de lama, sem falar creole, num país 100% negro, onde ser branco chama absurdamente a atenção. (…) Foi fascinante, inesquecível. De longe a melhor coisa que eu fiz da minha vida”. Esta é a descrição feita pelo ex-publicitário Rafael Stédile, que largou tudo e foi para o país caribenho – o mais pobre das Américas – que há três anos foi assolado por um terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas.
Publicado 26/12/2013 10:56
“Uma experiência inigualável. Viajar na garupa de uma moto numa estrada de lama, sem falar creole, num país 100% negro, onde ser branco chama absurdamente a atenção. (…) Foi fascinante, inesquecível. De longe a melhor coisa que eu fiz da minha vida”. Esta é a descrição feita pelo ex-publicitário Rafael Stédile, que largou tudo e foi para o país caribenho – o mais pobre das Américas – que há três anos foi assolado por um terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o jovem de 28 anos conta que, em 2012, quando tinha quatro anos de experiência como publicitário em um escritório em São Paulo e sentia “falta de tudo”, fez uma viagem ao Haiti intermediada pela Via Campesina. “Levei uma câmera e toda a minha experiência de fotógrafo turista”, conta. Trouxe de volta uma decisão, ou duas: largar a publicidade, abraçar a fotografia.
Sobre a decisão de começar uma nova profissão do zero, observou que” você não vai ao país mais miserável da América Latina, com as contraditórias forças de paz da ONU militarizando o local, com surto de cólera e febre tifoide, porque quer dar uma arejada no seu problema de classe média. Eu fui atrás de uma experiência significativa. Queria construir algum sentido. (…)Quanto tempo você está disposto a passar dentro de um escritório vendo as mesmas pessoas e rindo das mesmas piadas? É disso que se trata”.
Há anos, haitianos e defensores dos direitos humanos na América Latina lutam pela saída das tropas de estabilização da ONU, a Minustah, do país que luta por se recuperar das recentes tragédias naturais que se abateram sobre ele, além da tragédia política que o assola desde que ousou, em 1974, ser o primeiro país onde a escravidão foi abolida e o primeiro país livre nas Américas. Apesar disso, quando questionado sobre qual Haiti encontrou, Rafael responde: “um país tranquilo”.
“Fiquei um mês no interior fotografando os projetos sociais que a Via Campesina mantém junto com os movimentos sociais haitianos. Trabalhos ligados à produção orgânica de alimentos, instalação de cisternas, reflorestamento. Não havia luz elétrica nem água encanada. Um país devastado por causa de sua matriz energética, o carvão, mas ainda assim um lugar bonito, de gente receptiva, digna e forte, que padece há anos da falta de um Estado. Mas o Haiti não tem pontos turísticos. Qualquer foto lá é foto social”, contou o fotógrafo.
Da Redação do Portal Vermelho,
Com informações de O Estado de S. Paulo