“Viajar para o Haiti foi a melhor coisa que fiz na minha vida”

“Uma experiência inigualável. Viajar na garupa de uma moto numa estrada de lama, sem falar creole, num país 100% negro, onde ser branco chama absurdamente a atenção. (…) Foi fascinante, inesquecível. De longe a melhor coisa que eu fiz da minha vida”. Esta é a descrição feita pelo ex-publicitário Rafael Stédile, que largou tudo e foi para o país caribenho – o mais pobre das Américas – que há três anos foi assolado por um terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas.

“Uma experiência inigualável. Viajar na garupa de uma moto numa estrada de lama, sem falar creole, num país 100% negro, onde ser branco chama absurdamente a atenção. (…) Foi fascinante, inesquecível. De longe a melhor coisa que eu fiz da minha vida”. Esta é a descrição feita pelo ex-publicitário Rafael Stédile, que largou tudo e foi para o país caribenho – o mais pobre das Américas – que há três anos foi assolado por um terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas.

Fotos: Rafael Stédile

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o jovem de 28 anos conta que, em 2012, quando tinha quatro anos de experiência como publicitário em um escritório em São Paulo e sentia “falta de tudo”, fez uma viagem ao Haiti intermediada pela Via Campesina. “Levei uma câmera e toda a minha experiência de fotógrafo turista”, conta. Trouxe de volta uma decisão, ou duas: largar a publicidade, abraçar a fotografia.

Sobre a decisão de começar uma nova profissão do zero, observou que” você não vai ao país mais miserável da América Latina, com as contraditórias forças de paz da ONU militarizando o local, com surto de cólera e febre tifoide, porque quer dar uma arejada no seu problema de classe média. Eu fui atrás de uma experiência significativa. Queria construir algum sentido. (…)Quanto tempo você está disposto a passar dentro de um escritório vendo as mesmas pessoas e rindo das mesmas piadas? É disso que se trata”.

Há anos, haitianos e defensores dos direitos humanos na América Latina lutam pela saída das tropas de estabilização da ONU, a Minustah, do país que luta por se recuperar das recentes tragédias naturais que se abateram sobre ele, além da tragédia política que o assola desde que ousou, em 1974, ser o primeiro país onde a escravidão foi abolida e o primeiro país livre nas Américas. Apesar disso, quando questionado sobre qual Haiti encontrou, Rafael responde: “um país tranquilo”.

“Fiquei um mês no interior fotografando os projetos sociais que a Via Campesina mantém junto com os movimentos sociais haitianos. Trabalhos ligados à produção orgânica de alimentos, instalação de cisternas, reflorestamento. Não havia luz elétrica nem água encanada. Um país devastado por causa de sua matriz energética, o carvão, mas ainda assim um lugar bonito, de gente receptiva, digna e forte, que padece há anos da falta de um Estado. Mas o Haiti não tem pontos turísticos. Qualquer foto lá é foto social”, contou o fotógrafo.

Da Redação do Portal Vermelho,
Com informações de O Estado de S. Paulo