Assembleia Geral da ONU aprova orçamento menor para 2014-2015

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por consenso o orçamento de 5,5 bilhões de dólares para 2014-2015. O valor é menor que o total final de gastos do biênio anterior, de acordo com a matéria do Centro de Informações das Nações Unidas no Rio de Janeiro (Unic-Rio), desta segunda-feira (30).

O orçamento, segundo a página oficial do setor de controle financeiro da organização, cobre os custos dos programas da Organização das Nações Unidas em áreas como assuntos políticos, justiça e direito internacional, cooperação internacional para o desenvolvimento, informação pública, direitos humanos e questões humanitárias.

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A principal fonte de recursos financeiros da organização é a contribuição dos Estados-membros, mas muitos falham em cumprir compromissos orçamentários que definem um grande déficit nas contas.

A proposta orçamentária para o biênio que se inicia foi apresentada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em outubro, quando ressaltou que se trata de um valor reduzido em 2,9% em comparação com o orçamento do biênio anterior. Na ocasião, ele ressaltou: "O orçamento apresentado reflete um desafio central: como dar recursos a esta organização em um tempo em que a demanda pelo trabalho das Nações Unidas continua a aumentar, em meio a um período de reduções econômicas de austeridade".

Em comunicado publicado na semana passada, quando o novo orçamento foi aprovado, Ban disse que a organização vai continuar impulsionando medidas de adaptação para melhor implementar seus mandatos e pediu que todos os gestores revejam suas práticas, reduzam gastos, fomentem a inovação, estimulem a criatividade e criem sinergias.

Ban também expressou desapontamento porque a Assembleia Geral não chegou a um acordo sobre duas “propostas de reforma extremamente importantes”: a política de mobilidade gerenciada e a melhoria do regime de parcerias com o setor privado. Os 193 Estados-membros resolveram avaliá-las na metade do próximo ano.

A organização tem diversas missões de manutenção da paz espalhadas pelo mundo, além de tribunais e forças interinas de estabilização em países como o Líbano, onde uma equipe de número variante – que já chegou a 4.500 – de soldados, policiais e civis especialistas está desde 1978.
Apenas o Departamento de Operações de Paz da organização lidera seis missões na África, uma na América (Haiti), três na região Ásia-Pacífico, duas na Europa, e três no Oriente Médio.

Já o Departamento de Assuntos Políticos lidera outras missões de “consolidação da paz”: oito na África, uma na Ásia Central, uma na Europa e três no Oriente Médio, além de um escritório de apoio de campo para a Missão da União Africana na Somália.

O secretário-geral disse que seria irreal presumir que uma redução substancial do orçamento não terá impacto enquanto os mandatos continuam crescendo. “Talvez tenha chegado a hora de considerar a revisão de atividades obrigatórias que possam já ter sido cumpridas ou estar ultrapassadas por causa de novos acontecimentos,” afirmou.

Moara Crivelente, da redação do Vermelho
Com informações do Unic-Rio