Maduro faz balanço de 2013 com avanços expressivos na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou 2013 como um ano de vitória heroica para o povo, que converteu a dor em força. Ao fazer um balanço sobre os acontecimentos deste ano, nesta segunda-feira (30), Maduro citou a morte do ex-presidente e líder bolivariano, Hugo Chávez, e fatos políticos posteriores que, pela fortaleza e consciência popular, resultaram em paz e projeção de um 2014 de prosperidade.

Nicolás Maduro - AVN

“Este ano foi de combate, batalha e aprendizado, que demonstrou o que muita gente já sabe: o chavismo está vivo e é uma força social majoritária, que será determinante no que resta do século 21 venezuelano e para a nova América Latina e Caribe que está surgindo”, disse Maduro, durante uma coletiva de imprensa no Palácio Miraflores, acompanhado do vice-presidente Jorge Arreaza e o ministro das Relações Exteriores, Elías Jaua, entre as imagens de Chávez.

O chefe de Estado ressaltou que 2013 foi um ano de paz, lealdade e de amor do povo, que se sobrepôs à dor, venceu campanhas midiáticas, guerra econômica e todas as tentativas de desestabilização, para demonstrar que o país “não tem dono”. Mas ressalvou “Se algo foi demonstrado em 8 de dezembro [nas eleições municipais], é que a Venezuela tem um só dono: o povo da Venezuela.”

Maduro destacou que, em todo momento, cumpriu-se plenamente a Constituição da República, atacada novamente por setores da direita, que se negaram a aceitar a vontade do povo, expressa nas eleições presidenciais de 14 de abril, nas quais triunfou a proposta da Revolução Bolivariana, através da sua eleição para a Presidência.

“Obtivemos uma vitória heroica”, ressaltou o presidente, que também sublinhou a derrota das ações violentas da oposição, nas quais 11 pessoas morreram, vítimas do fascismo promovido pelo candidato derrotado, Henrique Capriles.

A vitória obtida também nas eleições municipais de 8 de dezembro pelo chavismo deu resultados como a obtenção de 255 das 335 municipalidades disputadas. Maduro ressaltou que a diferença percentual entre a Revolução e a direita aumentou de 1,5%, em abril, para 11,5% em dezembro.

Foram sete meses e meio de guerra econômica, psicológica, midiática e política, disse o presidente. “Não é pouca coisa para um governo acossado permanentemente pelas manchetes da imprensa; com campanhas e outras coisas, passamos de 223 mil votos a 1,25 milhões. Um milhão de votos é prova que tem que ser observada. Por isso, este 2013 é um ano de lealdade, porque o povo não falhou com Chávez, e isso é uma ruptura dos paradigmas da nossa história, porque, lamentavelmente, os grandes líderes da nossa pátria foram sempre traídos: Bolívar, Sucre e Zamora, foram assassinados e traídos.”

Ante o difícil desafio posto pela morte do comandante Chávez, “nosso povo, cheio de amor, o que deu foi um grande exemplo de paz, respeito, tolerância, tranquilidade e resiliência. E velamos o nosso comandante em paz,” ressaltou Maduro, ao recordar os dias seguintes a 5 de março, data em que faleceu o líder da Revolução Bolivariana.

O presidente lembrou que alguns predisseram um “território de incertezas” para o país, mas o povo conseguiu avançar na superação. Ainda, afirmou que “não haverá império gringo que possa colocar novamente as mãos sobre o país”, referindo-se à resistência popular de afirmação da soberania venezuelana.

Nova estrutura econômica

O presidente reiterou que 2014 também será um ano de fortalecimento da nova estrutura econômica “livre e saudável” da Venezuela. E disse ainda que o primeiro trimestre do ano será “muito bom para o dinamismo econômico, [com] crescimento econômico, expansão econômica e controle da inflação especulativa, induzida.”

“Manteremos a defesa do salário, pela via do aumento salarial justo, bom, que equiparem a receita salarial dos trabalhadores e trabalhadoras ao nível da inflação, ou acima da inflação”, informou.

Maduro recordou que em 2013, primeiro ano da sua gestão, houve um aumento de 40% na remuneração: em maio passado, entrou em vigor um incremento de 20% do salário mínimo mensal, o que situou a remuneração mais baixa no país em 2.457,02 bolívares (cerca de R$ 920,00). A partir de 1º de setembro, outro aumento de 10% levou o salário mínimo a 2.702,73 bolívares mensais e, em 1º de novembro, o último ajuste o determinou em 2.972 bolívares (R$ 1.115,00).

Respaldo a municipalidades e governos

Maduro ratificou que as municipalidades e governos estaduais do chavismo e da oposição têm garantida a sua atividade política e os recursos econômicos para o desenvolvimento das suas gestões. “O governo dá à oposição todas as garantias políticas que já têm, e as econômicas para que não tenham desculpas para uma má gestão”, ressaltou.

O presidente detalhou que os 75 alcaides opositores consignaram 190 projetos, segundo o acordado na reunião mantida entre este grupo e o chefe de Estado. “Os recursos para estes projetos estão garantidos,” disse Maduro, que classificou a reunião como positiva e ratificou que a iniciativa se manterá como mecanismo de trabalho.

“É a união na diversidade, além da diferença. Eles nomearam uma comissão de ligação, coordenada pelo alcaide Antônio Ledezma, e eu deleguei ao vice-presidente, Jorge Arreaza, uma comissão de trabalho”, acrescentou. Maduro disse que Arreaza deverá informar a quantidade de recursos que o governo outorga às municipalidades e governos da oposição por conceito de situado, aumento salarial, Conselho Federal de Governo e excedente do Serviço Integrado de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat).

“O Governo Nacional, por obrigação constitucional, dá aos governos e municipalidades bilhões de bolívares. Agora, para janeiro, temos algo separado para eles pelos excedentes petroleiros”, informou.

Neste sentido, Maduro referiu-se à entrega de mais de seis bilhões de bolívares (R$ 2,25 bilhões) ao governo do estado de Miranda, além dos recursos adicionais para o aumento salarial dos médicos, professores, policiais e bombeiros. O presidente também informou sobre o financiamento de projetos para as comunidades da entidade.

Com informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN)