Hezbolá adverte para fragmentação do Líbano sem unidade política

O Movimento de Resistência Islâmica do Líbano e partido político Hezbolá instou todas as partes na política libanesa, nesta quinta-feira (2), a dar uma “resposta” de consenso contra os atos terroristas que vêm se desenrolando no país, através de um entendimento político. Desde março de 2013, quando o primeiro-ministro Najib Mikati demitiu-se, o Líbano tenta formar um governo de “unidade nacional”.

Naim Qassem - The Daily Star / Hasan Shaaban

“A resposta [ao terrorismo] é a unidade política e a aceleração da formação do governo de unidade nacional, diante destes atentados criminosos no país,” disse o vice-secretário-geral do Hezbolá, xeique Naim Qassem, em declarações à emissora libanesa Al-Manar.

O país vem registrando diversos confrontos entre as Forças Armadas e grupos armados e atentados com explosões, inclusiva na capital, Beirute. Em um dos últimos incidentes, oito pessoas morreram, inclusive o ex-ministro das Finanças, Mohammed Shattah, o que provocou tensões entre diferentes grupos políticos, com acusações infundadas contra o Hezbolá – pelo “assassinato político" – que, por sua vez, acusa Israel de tentar fragmentar o país.

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Há oito meses, a falta de um governo formal no país tem sido o foco dos debates políticos sobre a nova formação, a ser liderada pelo primeiro-ministro designado, Tammam Salam. Ele ainda não conseguiu formar o seu gabinete, de acordo com o Hezbolá, devido às intervenções estrangeiras e às disputas internas.

Qassem advertiu que “o Líbano está à beira da destruição, caso um entendimento político não seja alcançado, e não podemos salvá-lo se não houver unidade.” O partido vem instando as diferentes linhas da política libanesa a evitar a fragmentação há meses, convocando-as para conversações profundas.

Nesta quinta-feira (2), outro atentado no sul de Beirute foi registrado, deixando um saldo de quatro mortos e 77 feridos. Qassem assegurou que os responsável são “mercenários que pretendem abalar a resistência do Líbano ante o regime israelense”, referindo-se ao Hezbolá.

O vice-secretário-geral do partido assinalou que os atentados no país têm como alvo os cidadãos comuns, e insistiu na necessidade de fazer frente aos “terroristas takfiris”, referindo-se a uma vertente do sunismo islâmico que acusa outros grupos de distanciarem-se do Islã, com o uso da violência para combatê-los. São frequentemente resumidos como "fundamentalistas" ou "extremistas" pela mídia convencional.

Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV