Explosões em Bagdá matam 14 pessoas no fim de semana

Dois carros-bomba explodiram em Bagdá, capital iraquiana, neste domingo (12), matando ao menos 14 pessoas, de acordo com fontes médicas. Enquanto isso, o Exército do Iraque e grupos armados ligados à rede terrorista Al-Qaeda continuam em confrontos na cidade de Fallujah, a cerca de 70 quilômetros da capital.

Bagdá - AFP / Sabah Arar

Nenhum grupo reivindicou a autoria das explosões, mas insurgentes islamitas – extremistas que usam a violência para disseminar a sua interpretação do Islã – intensificaram uma campanha de violência no fim do ano passando, mergulhando o Iraque na pior onda de confrontos nos últimos cinco anos.

A explosão mais fatal deste domingo matou nove pessoas em um terminal rodoviário de Bagdá, próximo ao local em que outra explosão, há quatro dias, matou 23 recrutas do Exército.

Uma testemunha que não quis ser identificada disse que a bomba do terminal também teria como objetivo matar recrutas que estavam se registrando no aeroporto de Muthanna, próximo ao local. “Quando eles deixaram o aeroporto e vieram reunir-se aqui, a bomba explodiu.”

O governo iraquiano tem pedido voluntários para o combate do Exército contra Al-Qaeda, que tem expandido a sua presença pela província de Al-Anbar, onde fica Fallujah, perto da fronteira com a Síria, onde os islamitas também estão combatendo as tropas oficiais do governo.

No dia 1º de janeiro, milícias tomaram Fallujah e partes da cidade próxima, Ramadi, capital da província de Al-Anbar, aumentando a sua presença no confronto com o governo.

O primeiro-ministro Nouri Al-Maliki enviou tanques e artilharia para cercar Fallujah, mas está dando tempo para as negociações por uma expulsão sem confrontos dos militantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ou Levante), filiado à rede Al-Qaeda. Ainda, forças da segurança iraquiana, em coordenação com membros das aldeias locais, retomaram Ramadi na semana passada.

Ao menos 60 civis e combatentes das tribos locais foram mortos e quase 300 ficaram feridos nas últimas duas semanas, de acordo com funcionários da saúde da província de Al-Anbar. Ainda não há estimativas dos números de mortos e feridos entre os paramilitares ou entre os soldados do Exército iraquiano.

Residentes de Fallujah disseram que a maior parte das lojas no centro da cidade abriu neste domingo, enquanto as pessoas preparavam-se para o feriado que marca o aniversário do Profeta Maomé.

Algumas famílias que fugiram da cidade estavam retornando, embora muitos ainda temiam uma ofensiva. Residentes disseram que a cidade de Khalidiya, que fica entre Ramadi e Fallujah, tinha ficado sob o fogo do Exército.

Oficiais em Bagdá têm atribuído a volta da violência no país ao transbordamento do conflito na Síria, cujos grupos armados paramilitares, muitos compostos por mercenários estrangeiros e islamitas sauditas e de outras nacionalidades, têm determinado a intensificação das tensões sectárias e alimentado a instabilidade em toda a região.

Da redação do Vermelho,
Com informações do portal libanês Al-Akhbar