Farc denuncia extermínio de ativistas da Marcha Patriótica
A guerrilha das Farc-EP denunciou nesta quarta-feira (22) a política de extermínio de ativistas políticos do movimento Marcha Patriótica, realizada pelo Governo colombiano e considerou tais ações um péssimo sinal no contexto dos diálogos de paz.
Publicado 22/01/2014 18:24
"Para que esse processo de paz não termine em uma farsa ou em uma comédia, nem em retumbantes palavras vazias sobre expansão da democracia, é urgente que o governo detenha o martírio da Marcha Patriótica", afirmou a delegação insurgente que participa há 14 meses das conversas de paz com o Executivo colombiano.
"Falamos com certo mal-estar de Havana, onde assinamos com o governo de Juan Manuel Santos um acordo parcial para ampliar a democracia e a participação política na Colômbia, expressou a guerrilha ao condenar a escalada contra militantes da Marcha Patriótica".
Sobre o assunto, as Farc consideraram tais ações como "uma violação do acordado em torno da participação política, um desconhecimento dos deveres do Estado, e um péssimo sinal que segue minando a confiança na palavra do governo".
"Todos os colombianos, que sempre sonhamos com a solução política do mais longo dos conflitos no hemisfério, para que tenhamos uma reconciliação nacional, temos que defender o processo de paz e exigir verdadeiras garantias políticas e segurança para os movimentos sociais e políticos do país", afirmou a insurgência.
"Não podemos tolerar que no meio de um processo de paz a Marcha Patriótica seja aniquilada de maneira sistemática, como ocorreu com a União Patriótica", denunciou a guerrilha ao recordar o genocídio perpetrado em meados dos anos 1980 contra essa outra organização política.
"Na Colômbia é uma necessidade vital desmontar a Doutrina da Segurança Nacional, a concepção do inimigo interno e o paramilitarismo, como fatores que impulsionam o terrorismo de Estado", defendeu a guerrilha.
"O governo não somente deve jurar um 'nunca mais', senão agir de forma convincente para frear operações sanguinárias como a do tristemente célebre 'Baile Vermelho', no qual exterminou um movimento e que agora pretendem repetir contra a Marcha Patriótica", acrescentou a insurgência.
"Onde está a tolerância acertada no acordo parcial para a Participação Política? Há que se deixar de lado as palavras altissonantes sobre democracia, quando se tolera o estouro de balas contra os opositores ao regime, para destruir, de forma calculada, qualquer tentativa de construção de uma alternativa política", expressaram as Farc.
"Há que se aplicar, já, o acordado, para que o processo não seja um palavreado vazio. É um dever do Estado proteger a vida dos cidadãos e garantir o direito à opção política em Colômbia", acrescentou a guerrilha.
Fonte: Prensa Latina