PCdoB em Salvador debate as fragilidades da capital baiana
Nesta sexta-feira (24/1), aconteceu o primeiro encontro do seminário “PCdoB Salvador: Mais vida militante pela base”, promovido pelo Comitê Municipal do Partido e que vai até sábado (25), na Fundação Visconde de Cairu, em Salvador. O primeiro dia contou com um debate sobre a situação política, econômica e social da capital baiana e as formas de ampliar a participação comunista na cidade.
Publicado 24/01/2014 16:46 | Editado 04/03/2020 16:15
O convidado externo foi o professor Edgard Porto, da Escola de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em Desenvolvimento Urbano. Dos quadros do PCdoB, participaram a presidenta e o vice-presidente do Comitê Municipal, Olívia Santana e Javier Alfaya, respectivamente, e a vereadora de Salvador Aladilce Souza, que coordenou a mesa e integra a bancada de oposição na Câmara.
O objetivo do seminário, que, segundo Olívia Santana, ganhou elogios do ComitêCentral pelo pioneirismo, é garantir aos militantes uma discussão mais qualificada sobre a realidade local. “Precisamos estabelecer metas de crescimento e os grandes centros urbanos são estratégicos. É preciso ampliar os horizontes do PCdoB em Salvador, pois não somos uma mera legenda, mas um partido de ideias”, defendeu.
A necessidade da realização do evento, explica Aladilce Souza, surgiu durante a conferência municipal, que aconteceu no ano passado. “Lá, identificamos uma fragilidade no entendimento dos problemas do nosso cotidiano, do cotidiano de Salvador. Com esse debate, vamos planejar a ação do PCdoB, no sentido de ter um protagonismo maior”.
Críticas
De acordo com o especialista convidado, Salvador tem problemas históricos de planejamento, não em relação à estrutura urbana, mas também à economia, e de relacionamento com os municípios vizinhos. “Temos uma economia que não apresenta vitalidade e uma taxa de desemprego maior do que a de nossos vizinhos da região metropolitana”, defende Edgar Porto.
Sobre o primeiro ano do governo ACM Neto, que se apresentou como uma solução para as fragilidades da cidade, o professor afirma que não observou uma postura diferente na administração. “Vejo os planos da prefeitura e, nos documentos, não tenho visto uma análise de como preparar o município para o futuro. Em grande parte, são ações superficiais”, acrescenta.
De uma forma geral, Porto ainda elencou os principais desafios que a capital baiana tem para enfrentar. São eles: o de cuidar da orla marítima e dos que vivem em torno dela; preservação da área verde, bem como os mananciais e florestas; qualificar os centros comerciais e culturais, e o transporte; combater a pobreza; investir em informação e pesquisa; e adotar um modelo metropolitano de governança.
Debate
Após as considerações do especialista, um debate foi aberto pelos nomes do partido na mesa com a militância, que esteve contemplada por integrantes dos comitês estadual e municipal, dirigentes sindicais, representantes de coletivos e de demais organismos de base.
A discussão continua no sábado, dessa vez sobre a política organizativa do PCdoB (trazida pela secretária estadual de Organização, Daniele Costa) e sobre os desafios da estruturação do Partido em Salvador (apresentados pelo secretário municipal de Organização, Jurandir Júnior). A coordenação do segundo dia é do vereador Everaldo Augusto.
De Salvador,
Erikson Walla