Em 2014, a juventude reafirma sua luta contra o capitalismo

"Em 2014 a luta é por direitos a mais e nenhum direito a menos", esse foi o tom dado por Maria das Neves, estudante de história e coordenadora de Juventude da União Brasileira de Mulheres (UBM), ao apresentar as palavras de ordem definidas na Assembleia Geral do Movimentos Sociais no Fórum Social Temático 2014 (FST-2014), que serão defendidas pela juventude ao longo de 2014.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo

Foto: Barão de Itararé Gaúcho

Em entrevista à Rádio Vermelho, Maria da Neves destacou a participação das jovens feministas no FST-2014. Segundo ela, o evento foi um passo muito importante neste início de ano é a construção de uma agenda unificada dos movimentos sociais.

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"Destaco como ponto central da assembleia dos movimentos sociais, uma das principais atividades do FST-2014, é a orientação de que todo o movimento social brasileiro marche junto nas ruas no próximo dia 1º de abril. Data que marca os 50 anos do golpe militar no Brasil. Assim, esse grande ato unificado tem como objetivo rememorar o que foi esse capítulo e alertar aos povos do mundo, em especial ao povo brasileiro, que ditadura nunca mais", enfatizou a dirigente.

Bandeiras para 2014

Maria das Neves, que também é diretora nacional de Jovens Feministas da União da Juventude Socialista (UJS), também elencou algumas da bandeiras que nortearão os movimentos em 2014, entre elas o combate à desigualdade de gênero, a luta contra o imperialismo, a defesa da paz e da soberania e autodeterminação dos povos.

"A partir da unidade da força dos movimentos iremos ocupar as ruas de todo o mundo contra o machismo, o patriarcado, o capitalismo – que acentua as desigualdades entre homens e mulheres –, defender a autonomia e soberania dos povos, combatendo a espionagem norte-americana, e registrando a solidariedade do povo brasileiro às nações vítimas do imperialismo, como é o caso do povo colombiano", enumerou ela.


Foto: Joanne Mota

Mesa no Seminário da UJS que debateu 'Desafios e Perspectivas do Feminismo para a Juventude', que contou com a participação (da esquerda para direita) de Mary Castro, socióloga e pesquisadora da UFBA; Maria Quartim, professora da UNICAMP; Maria das Neves, diretora de jovens feministas, e Mariana Venturine, bacharel em Filosofia pela USP.

Luta pelo avanço nas mudanças

Partindo de uma perspectiva mais teórica, a coordenadora de Juventude da UBM lembrou que "não será nos marcos do capitalismo que as mulheres alcançarão mais direitos". Segundo ela, a juventude joga um papel fundamental na desconstrução desse sistema que alimenta o machismo no interior da sociedade. "No próximo período, nossa luta será para a ampliação das políticas públicas voltadas para as jovens mulheres, além do debate histórico do movimento feminista pela autonomia do corpo, contra o estatuto do nascituro."

Ela acrescentou: "É o feminismo a luta por igualdade entre homens e mulheres e não de mulheres contra homens. Portanto, cabe à juventude e às feministas, vanguarda das transformações sociais, convocar no próximo período grandes jornadas de lutas, realizando um grande 8 de Março".

Ao pontuar a luta das mulheres em 2014, Maria das Neves alertou que ela não deve perder de vista a luta pelo avanço das mudanças no Brasil, tendo como norte a luta pelas reformas estruturais, especialmente as reformas política e dos meios de comunicação.

"Nossa palavra de ordem é continuar as jornadas de luta, que não foram inauguradas em junho, mas que tiveram nesse período um momento de reafirmação de sua urgência e atualidade e a radicalidade que tem o povo brasileiro em impulsionar o nosso país para os rumos da mudança e aprofundar a democracia", destacou.

Ouça a íntegra da entrevista na Rádio Vermelho: