Por expulsão da Usaid, EUA suspendem ajuda de US$ 40 mi à Bolívia

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (31) a suspensão de toda ajuda financeira que este país fornecia à Bolívia — em torno de US$ 40 bilhões para programas de saúde, meio ambiente e desenvolvimento econômico. A medida foi tomada como consequência da expulsão da Agência Internacional para o Desenvolvimento (Usaid em inglês) do país andino em maio de 2013.

Evo Morales durante discurso pronunciado na inauguração de um estádio em Bolívar, departamento de Cochabamba| Foto: Xinhua

A decisão estremece ainda mais as relações entre ambos os países que há oito anos se deterioraram consideravelmente após as denúncias de intervenção do governo estadunidense em assuntos internos da Bolívia e com a aproximação do presidente Evo Morales aos governos da Venezuela e de Cuba.

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O governo estadunidense, no entanto, argumentou, por meio de seu encarregado de negócios da embaixada, Larry Memmott, que “seu apoio econômico sempre foi feito por meio da Usaid e a pedido do governo boliviano esta agência não funciona, de modo que o apoio econômico já não é tema entre os dois países”.

A Usaid saiu da Bolívia em 30 de setembro de 2013, meses após Evo ter denunciado que a instituição financiou organizações não governamentais e protestos contra projetos do governo, como os ocorridos em 2011 quando Evo anunciou a construção de uma estrada para conectar populações isoladas da Bolívia amazônica no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Secure (Tipnis).

Em 2008, Evo Morales odenou a expulsão do embaixador Philip Goldberg, acusado de ter financiado e conspirado com o movimento político opositor de Santa Cruz de la Sierra e em novembro deste mesmo ano, o presidente denunciou a intromissão da Agência Estadunidense Antidrogas (DEA) na decisão dos EUA de deslegitimar as ações da Bolívia em ações contra a produção e o tráfico de drogas.

O mandatário boliviano já manifestou interesse em restabelecer a relação oficial com os Estados Unidos com base no respeito à soberania da Bolívia e a comunicação entre pares, sem a tutela de uns sobre outros.

Com La Jornada