Presos do ETA acusam governo espanhol de violência contra diálogo

O coletivo de presos da organização independentista Pátria Basca e Liberdade (ETA, na sigla em basco) ratificou, nesta sexta-feira (31), o respaldo a uma solução política ao conflito nessa região, mas acusou o governo espanhol de tentar frustrá-la com a violência.

ETA País Basco - Gara

Um comunicado entregue ao jornal basco Gara pelo EPPK (siglas da organização em basco) critica um operativo realizado depois do último dia 28 de dezembro, quando o coletivo se declarou aberto a explorar as vias legais para alcançar seus objetivos. Entre os principais estão a aproximação dos prisioneiros membros do movimento às suas cidades e também libertações.

Não obstante, afirma a declaração, a ofensiva chega tarde e de modo torpe, dado que a determinação do EPPK é total, apesar da gravidade da operação, na qual oito pessoas foram detidas.

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O coletivo acredita também que se um dos objetivos foi isolar o EPPK, o efeito produzido foi justamente o contrário e o governo está isolado com a sua violência, uma vez mais.

O documento afirma também que os presos da ETA seguirão desenvolvendo a linha anunciada em dezembro, quando reconheceram sua responsabilidade pelas ações realizadas, aceitaram submeter-se à justiça e defenderamuma solução política.

Essa declaração, que depois foi apoiada por ex-presos da organização, seguiu-se à decisão do ETA de abandonar a luta armada para conseguir seus objetivos independentistas.

O EPPK avalia que o giro dado em suas posições foi bem recebido pela maioria social e política e conseguiu reações positivas no âmbito internacional, incluídos os Estados espanhol e Francês, em que a região basca se estende.

"Agora avançamos com amplo apoio social e político: o governo espanhol ficou à margem, preso em seu não," opina a declaração.

O coletivo também avalia positivamente uma manifestação pela paz no País Basco realizada no último dia 11 de janeiro, em frente ao que qualifica como uma tentativa do Estado espanhol de paralisar qualquer impulso ao processo político, ao proibi-la.

Além disso, segundo a avaliação dessa manifestação, que o Gara calculou em 135 mil participantes, foi um passo adequado estrategicamente e positivo. Na sua opinião, a mobilização é um novo marco que exige agora continuidade para se converter em eficaz e irreversível.

Com informações da Prensa Latina