Próxima reunião entre governo sírio e oposição já tem data

A Coalizão Nacional Síria (CNS), que se afirma como a representante da oposição política, decidiu que concorda com a retomada das negociações com o governo sírio na segunda-feira (10), na Suíça. O objetivo da retomada das conversações, que foram mantidas durante oito dias, até a semana passada, é o acordo sobre uma solução política ao conflito armado no país, que já dura três anos e já matou cerca de 130 mil pessoas. O anúncio da CNS foi feito nesta terça-feira (4).

Genebra 2 - BBC

A Conferência Internacional sobre a Síria “Genebra 2” (continuação da primeira reunião, em junho de 2012) foi realizada entre os dias 22 e 30 de janeiro em Montreux, na Suíça, depois de meses de impasse devido à recusa da CNS em participar.

As autoridades sírias afirmam-se comprometidas com o diálogo político nacional desde o início das tensões, mas denunciaram também a falta de mais atores da oposição (com os quais mantém diálogos no país) em Genebra 2 e a predominância de um grupo apoiado abertamente pelo Ocidente e por países da região, como a Arábia Saudita e a Turquia, com o objetivo declarado de derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad.

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O anúncio desta terça, feito pelo líder da CNS, Ahmad Al Jarba, foi realizado após um encontro com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que vinha pressionando a “oposição” e os seus aliados internacionais pela negociação, para afastar as ameaças de intervenção militar contra a Síria.

Em relação às autoridades sírias, "não temos dúvidas de que a delegação do governo irá participar. Temos a esperança de que as partes irão continuar com o contato paciente e produtivo", disse o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov.

A primeira rodada das conversações foi marcada pelas exposições abrangentes, feitas pelo governo, sobre a responsabilidade dos EUA, de membros da União Europeia, da Arábia Saudita, da Turquia e de Israel no aumento das hostilidades, com o envio de armas e de mercenários para integrarem os grupos paramilitares na Síria, assim como a disseminação dos grupos extremistas (sobretudo sauditas) e do terrorismo.

Apesar das divergências fundamentais, atores internacionais envolvidos, como os representantes da Organização das Nações Unidas e as chancelarias russa e chinesa ressaltaram como positivo o entendimento sobre a base de partida para a continuidade das negociações.

Entretanto, enquanto a oposição manteve-se apegada à exigência de estabelecimento de um governo transitório sem a participação de Assad, as autoridades sírias reafirmaram a urgência do combate ao terrorismo como base de partida para a construção de um processo político de transição, com a participação do presidente, de acordo com as decisões do povo sírio e sem a ingerência externa.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências