Governo sírio e ONU evacuam civis de Homs apesar de ataques

A secretária-geral adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários e Assistência Emergencial, Valérie Amos condenou os ataques dos grupos armados contra um comboio humanitário na Síria, na região de Homs, no sábado (8). Já no domingo (9), apesar dos confrontos, centenas de pessoas foram evacuadas dos distritos sitiados na mesma região.

Síria assistência humanitária - Reuters

A agência oficial de notícias da Síria, Sana, informou que, no início do dia, “65 civis, entre crianças, mulheres e idosos, foram evacuados da Cidade Antiga de Homs, segundo o acordo entre a ONU e o governador de Homs.” A televisão síria também disse que a operação foi conduzida sob os disparos dos paramilitares, que vêm cercando a região, mas são combatidos pelas forças oficiais.

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Enquanto isso, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado, na verdade, no Reino Unido, gerido pelos grupos opositores ao governo, afirmou que os disparos atingiram o distrito de Qarabis, em Homs, onde os civis estavam reunidos para serem evacuados pela ONU, com o auxílio das forças do governo.

A operação de domingo foi a segunda em três dias, desde que uma trégua foi acordada entre a ONU e o governo sírio sobre o bloqueio a diversos distritos de Homs, onde se abrigam os grupos armados que têm atacado o governo da Síria, com o apoio das potências ocidentais e de vizinhos como a Arábia Saudita e a Turquia.

Apesar de a trégua ter entrado em vigor na sexta-feira (7), no dia seguinte, sábado (8), os disparos e as bombas lançadas contra o comboio do Crescente Vermelho Sírio mataram cinco residentes dos bairros de Homs e feriu outros 20.

O governo denunciou a ação dos paramilitares pelos ataques com morteiros contra estes bairros, com o objetivo de prejudicar as operações humanitárias coordenadas entre Damasco e a ONU. Já no fim do dia, no domingo, a agência de notícias Reuters informou que 600 pessoas
conseguiram deixar a parte central de Homs, tomada pelos grupos armados, escapando de mais de um ano de privação e fome.

“Estou muito desapontada porque a pausa humanitária de três dias acordada entre as partes no conflito foi violada hoje, com os assistentes sendo transformados deliberadamente em alvos”, disse a coordenadora da Assistência Humanitária da ONU, Valérie Amos, no sábado.

“Os eventos de hoje servem de um lembrete sombrio sobre os riscos que os civis e os assistentes enfrentam todos os dias” em todo o país, continuou ela, ressaltando a dificuldade, mas a persistência para que a ajuda humanitária chegue aos civis.

Conforme enfatizado pelo governo sírio, entretanto, a emergência humanitária ainda é vivida por várias outras regiões, presas em meio aos confrontos que se estendem há três anos, com a interferência direta estrangeira e as sanções que afetam diretamente a população.

Da redação do Vermelho,
Com informações da emissora Al-Manar