Síria retoma combate ao terrorismo de volta à conferência de paz
A Conferência Internacional sobre a Síria “Genebra 2” foi retomada nesta segunda-feira (10), após uma semana de recesso. A sessão matinal foi uma reunião entre a delegação do governo sírio com o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a questão, Lakhdar Brahimi, ainda sem a presença da Coalizão Nacional Síria (CNS), que se coloca como representante da oposição.
Publicado 10/02/2014 11:42

A delegação do governo sírio apresentou o rascunho de uma declaração condenando o massacre de Ma’an, na zona rural de Hama, no centro do país. Os representantes do governo disseram que a ação confirma que as ferramentas dos grupos armados que lutam contra o governo ainda são o terrorismo, ignorando os esforços políticos para a solução do conflito, que já dura três anos.
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O enviado da agência oficial de notícias Sana informou que a delegação do governo pediu à ONU, através de Brahimi, que adote uma posição clara durante as reuniões de Genebra, na Suíça, em relação ao massacre de Ma’an e aos anteriores, cometidos pelos paramilitares contra o povo sírio.
Apesar das ações, os grupos armados continuam recebendo apoio logístico, financeiro, bélico e político das potências ocidentais e de vizinhos como a Arábia Saudita e a Turquia.
A delegação oficial ressaltou a importância de a ONU obrigar estes países que apoiam o terrorismo a desistir desta política, para implementar as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O enviado da Sana disse ainda que o governo sírio reiterou que, qualquer discurso político deveria ser feito depois da criação de um clima apropriado, através do combate ao terrorismo.
Sobre o incidente em Ma’an, a declaração do governo afirma que grupos extremistas de ideologia violenta “massacraram famílias inteiras, inclusive mulheres, idosos e crianças, enviando uma mensagem clara de que os governos [que os respaldam] são persistentes no apoio ao terrorismo e, ao fazê-lo, arrasar todos os esforços para fazer que Genebra 2 seja bem sucedida.”
Por isso, a delegação oficial reafirmou que está disposta a discutir o chamado Comunicado de Genebra (resultado da primeira conferência, em junho de 2012) “parágrafo por parágrafo” para o acordo sobre um governo transicional, embora a CNS viesse exigindo, com o apoio dos seus aliados, a demissão do presidente Bashar Al-Assad, uma posição inaceitável para o governo, já que esta decisão cabe ao povo sírio.
Entretanto, a delegação ressaltou que para que a discussão do comunicado e da solução política para o conflito seja possível, é urgente o acordo sobre o combate ao terrorismo no país, já que a disseminação da violência tem impedido não só um processo político estável como até mesmo a entrega de assistência humanitária aos civis.
“Desde a primeira rodada de Genebra, a delegação da República Árabe Síria pediu o fim imediato à violência e o combate ao terrorismo, assim como [uma atitude para] forçar os países que o estão apoiando a encerrar esta política e a implementação das resoluções relevantes do Conselho de Segurança. É imperativo que primeiro concordemos sobre a luta contra o terrorismo para traçar o caminho [propício] para lançar um processo político,” conclui a declaração do governo.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Sana