SSA: Vereadora pede apuração das demolições feitas na Favelinha
"Um homem desse não tem coração. Ele não sabe o que é humanidade. Falou que quando fosse eleito, ia limpar a cidade e eu falei que ele ia acabar com a raça humilde e trabalhadeira. No governo dele, pobre fica mais pobre e rico mais rico", disse Maria Dalva Sales, moradora de uma localidade conhecida como “Favelinha”, em Salvador, em entrevista ao jornal A Tarde. O “homem” a que ela se refere é o prefeito ACM Neto.
Publicado 10/02/2014 11:59 | Editado 04/03/2020 16:15
Dalva está entre os moradores da “Favelinha” que perderam o “ganha-pão”, no último domingo (9/2), com a ação da prefeitura que demoliu os bares e lava-jatos instalados na localidade. A demolição foi comandada pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), com o auxílio da Guarda Municipal.
Os donos dos estabelecimentos acompanharam a ação e estavam inconformados com a atitude da prefeitura, pois, muitos deles afirmaram possuir alvará de funcionamento emitido pelo executivo municipal. Eles fazem uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (10), na Manoel Dias, para chamar atenção do que consideram uma injustiça e prometem outros protestos.
O caso está sendo acompanhado pela vereadora de Salvador, Aladilce Souza, do PCdoB, que está agendando uma visita à localidade para apurar os detalhes. De acordo com a edil, a ida à “Favelinha” será importante para ouvir a versão dos moradores e, a partir daí, decidir quais medidas tomar.
A medida mais provável é a solicitação de que a Câmara Municipal apure a ação feita pela prefeitura municipal. Aladilce afirma que, por alto, já é possível dizer que demolição imediata pode não ter sido a alternativa mais adequada para resolver o problema.
“Acho um absurdo usar a violência, mesmo quando as pessoas estando em situação irregular. O melhor caminho é chamar, conversa e dar alternativas. [Aquelas pessoas] São mães e pais de famílias. A Câmara deve apurar [o caso]”, defende a vereadora.
De Salvador,
Erikson Walla