Aliança do Pacífico é o pior de todos os TLCs, dizem sindicatos

Camponeses, sindicalistas e movimentos sociais colombianos criticam a Aliança do Pacífico por considerar que o acordo unicamente comercial ao invés de beneficiar os povos, agrava a diferença social existente entre ricos e pobres. Ao contrário da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), que visa uma integração solidária e prevê o apoio para o desenvolvimento mútuo, a Aliança para o Pacífico é um Tratado de Livre Comércio (TLC).

Aliança do Pacífico o pior dos TLCs diz faixa no protesto desta segunda (10)| Foto: TLC

Nesta segunda-feira (10), enquanto os presidentes de México, Peru, Colômbia, Chile e Costa Rica se reuniam para avalizar o ingresso da Costa Rica ao bloco e assinar o fim de impostos para as transações entre os países, sindicalistas, professores, organizações sociais protestavam no Centro Histórico de Cartagena contra o acordo.


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Para o presidente do Sindicato Único de Educadores de Bolívar (Sudeb), Medardo Hernández, não se trata de um simples TLC, mas o “pior de todos”. Em declaração à Radio Caracol, ele afirmou que “este é outro TLC, o pior de todos que assinamos, é insólito porque no ano passado os camponeses fizeram um protesto porque o TLC está arruinando-os e o presidente ao invés de olhar para a produção agrícola que está quebrada, seguirá abrindo mais as portas para as mercadorias estrangeiras com estes tratados da Aliança do Pacífico”.

Camponeses

Sindicalistas do setor agrário criticam a assinatura do protocolo comercial que, segundo eles, “vai contra o setor agropecuário” Para o presidente da Sociedade Agropecuária da Colômbia, Rafael Mejía, em declaração à revista Gestión, é um engodo a afirmação de que seu país poderá competir nos mercados dos países do bloco “o governo não conseguiu nos mostrar comercialmente qual é o benefício nem agora nem no futuro”.

Produtores de leite, açúcar, arroz, carne de porco, milho e feijão colombianos se reivindicam os mais prejudicados pelo acordo: “há falta de transparência neste tratado, não se pode fazer nada (…) responsabilizamos (o governo) pelo que acontecer em matéria de emprego e ofertas”, disse à W Rádio Rafael Mejía, presidente da Sociedade de Agricultores da Colômbia.

Pobre Cartagena

Em Cartagena das Índias, 82% dos habitantes das periferias da cidade não têm água, rede de esgoto, faltam centros de saúde, escola e empregos| Foto; TeleSUR
Em Cartagena das Índias, onde foi realizada a reunião, cerca de 2.400 famílias carecem por falta de moradia, 82% dos habitantes das periferias da cidade não têm água, rede de esgoto, faltam centros de saúde, escola e empregos, segundo o centro Cartagena Cómo Vamos. O cenário contrasta com a cidade turística onde são desenvolvidas várias reuniões internacionais.

“O que mais nos dói é que o governo nunca nos estendeu a mão, sempre enganando, sempre enganando a pobre comunidade”, afirmou à TeleSUR Porfírio Rico. “Como estou dizendo, o governo tira para o que tem mais dinheiro, o que tem mais dinheiro é para quem se dá mais dinheiro, aos pobres, nos ajudam pouco”, completou Leda Hernández.

O líder comunitário Juan Pablo Filho denunciou à TV multiestatal que as pessoas que vivem na Zona 2 de Cartagena participaram da Aliança do Pacífico não como beneficiárias de programas sociais, mas como mão de obra barata e não qualificada.

Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Martina Silva, com agências