Hollande e Obama afirmam aliança imperialista apesar de protestos

Um grupo de manifestantes franceses reuniu-se nesta terça-feira (11) para protestar contra o presidente François Hollande, diante da Casa Branca, em Washington. Hollande visita os Estados Unidos, mas as notícias sobre a sua queda expressiva na opinião popular contrastam com a promoção das retóricas imperialistas com as quais busca aliar a França aos EUA.

Obama e Hollande - AP Photo/Jacquelyn Martin

Os manifestantes franceses, liderados por David Van Hemelriyck, fundador da página Hollande, demita-se, plantaram-se diante da sede presidencial estadunidense com um cartaz gigante que pede ao presidente francês que se retire do cargo.

Entre os assuntos abordados por Hollande e Obama esteve o escândalo sobre o programa de espionagem global promovido e defendido (ainda que com pequenas mudanças) pelo governo estadunidense. Hollande disse que ambos "esclareceram" o assunto e o "sepultaram", enquanto o mundo tem exigido dos EUA explicações e o encerramento de um programa que viola os direitos civis de cidadãos de vários países e vigia comunicações de líderes de Estado e empresas.

No caso da França, as denúncias apontam a interceptação de 70,3 milhões de comunicações iniciadas desde o território do país por parte da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) em apenas 30 dias, em 2013. Ainda assim, Hollande disse que parte da "superação" do assunto é a cooperação bilateral entre os dois países nos serviços de "inteligência", que envolvem a espionagem.

Além desta questão, o apoio ativo de Hollande com relação às ameaças de intervenção militar contra a Síria pelos EUA e pelo Reino Unido, assim como o seu próprio empenho na intervenção que inaugurou no Mali, sem a permissão necessária do Conselho de Segurança e do seu próprio povo, demonstram o alinhamento condizente com o posicionamento dos EUA.

“O fato de François Hollande ter vindo aquí para organizar um circo de Estado é um escândalo para a democracia atual,” disse Hemelriyck, detido em janeiro durante uma manifestação na capital da França, Paris.

As forças policiais francesas o prenderam enquanto ele inflava um dirigível, ao considerar que o veículo aéreo de seis metros de largura e um metro de diâmetro poderia alterar a ordem pública.

Hollande, salpicado por diversas questões políticas e pela relação secreta com uma atriz, registrou o menor índice de aprovação em toda a sua gestão, em janeiro, convertendo-se no presidente menos popular na história da Quinta República francesa.

Segundo a pesquisa de opinião da TNS Sofres-Sopra Group-Figaro, publicada no diário Le Figaro, o chefe de Estado gaulês conta com 19% de aprovação, ainda que outra pesquisa, do Instituto de Demoscopia CSA, encomendada pelo diário econômico Les Echos, aponte 23% de aprovação ao presidente.

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências