Rússia rechaça ação contra o governo sírio por crise humanitária

A Rússia assegurou, nesta quarta-feira (12), que bloqueará o projeto de resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas, de que o país é membro permanente, com poder de veto. O texto, de acordo com as autoridades russas, prepara o terreno para uma nova tentativa de intervenção militar contra a Síria.

Síria - Reuters

O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Guennadi Gatílov qualificou de enviesada a resolução, que reforçaria as sanções contra o país árabe até que o governo sírio permita o acesso, sem restrições, a zonas sobre as quais mantém o controle, para distribuir assistência humanitária entre os civis.

“Todo o seu significado e propósito é criar uma base para o posterior uso da força contra o governo sírio, caso não cumpra exigências”, disse o vice-chanceler russo.

Gatílov destacou os esforços do governo de Bashar Al-Assad na Síria para resolver os problemas existentes no país, enquanto reconhece que a situação humanitária no território é precária, apesar da coordenação e da cooperação das autoridades com as agências de assistência das Nações Unidas e do Crescente Vermelho.

Além da Rússia, outro membro permanente do Conselho de Segurança, a China, é contra a recente proposta de resolução e às tentativas de colocar sobre a mesa uma intervenção militar.

O chanceler russo, Serguei Lavrov lançou fortes rechaços sobre o rascunho desta resolução, que classificou de “parcial” e “afastado da realidade”.

O projeto, proposto na semana passada pela Austrália, Luxemburgo e Jordânia, culpa o governo sírio pela crise humanitária no país, exige um acesso livre e seguro a várias cidades sírias que pedem assistência e estabelece que, se as demandas da resolução não forem cumpridas em duas semanas, sanções não militares serão impostas aos responsáveis.

Entretanto, o papel dos grupos armados na disseminação da violência e da insegurança que obstaculizam a entrega de assistência humanitária (como reconhecido pelas agências responsáveis) é omitido, assim como o apoio que recebem de países como os EUA e vizinhos como a Arábia Saudita e a Turquia, o que garante a continuidade do conflito.

A entrega de assistência humanitária é um dos temas discutidos pelo governo sírio com os participantes da Conferência Internacional sobre a Síria "Genebra 2", que está em sua segunda rodada desde segunda-feira (10).

Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV