Santos afasta chefe das Forças Armadas por denúncia de espionagem

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta terça-feira (18) a demissão do comandante das Forças Armadas, general Leonardo Barrero, e de outros cinco militares por críticas às investigações sobre a suposta espionagem do Exército aos representantes do governo nos diálogos de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Por Vitor Sion*, na Opera Mundi

Substituto de Barrero, Juan Pablo Rodríguez (à esq.) concedeu entrevista ao lado do ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón| Foto: Agência Efe

Santos afirmou nesta terça-feira (18) que a saída de Barrero aconteceu pelo fato dele ter se referido de forma “desrespeitosa” aos responsáveis por analisar o caso. A declaração do presidente serviu para afastar os boatos de que o general estivesse envolvido em algum episódio de corrupção.

Leia também:
Novo escândalo coloca Exército contra a parede na Colômbia
CIDH vai investigar espionagem à jornalistas na Colômbia

Ao deixar o cargo, Barrero afirmou que sai com “tranquilidade e satisfação de ter atuado sempre dentro dos princípios e valores que regem a vida militar”.

Barrero, que será substituído por Juan Pablo Rodríguez Barragán, ainda classificou a decisão de Santos de afastá-lo como “política”. Além dele, os outros funcionários das Forças Armadas colombianas que deixaram seus postos foram Manuel Guzmán, Fabricio Cabrera, Jaime Reyes e Javier Rey.

No início deste mês, a imprensa colombiana começou a publicar reportagens acusando o Exército de espionar os representantes do governo nas negociações com as Farc. Os militares, no entanto, negaram tal prática.

*é correspondente da Opera Mundi em Bogotá