Em artigo, presidente da UJS-Salvador homenageia entidade

 Nesse ano, a União da Juventude Socialista (UJS) completa 30 anos de existência – foi fundada em 1984. Para lembrar o aniversário, o presidente da UJS-Salvador, Alan Valadares, escreveu um artigo em homenagem à militância da entidade, que, segundo ele, é a maior de todas as riquezas. Confira.

Militante: Um patrimônio material da UJS

Alan Valadares*

A maior organização política de esquerda de jovens no Brasil completa 30 anos de existência, de combatividade, em defesa da juventude, de contribuição política para uma nação mais harmoniosa, soberana, desenvolvida e socialista. Respeite quem pode chegar onde a gente chegou – já diz uma frase musical que é de motivo de orgulho pra cada jovem socialista. Nesse período, já passaram várias gerações que deixaram legados na construção da nossa escola do socialismo. Hoje, depois de contribuírem com a UJS, homens e mulheres, trabalham na construção do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Um grande exemplo é o atual ministro dos Esportes, o principal fundador da UJS em 1984, Aldo Rebelo.

Muitos também seguiram caminhos diferentes, saíram da política ou foram para o lado oposto.
Mesmo assim, ficaram marcadas em suas vidas, as experiências na escola do socialismo. Pode sair da UJS, mas a UJS não sai na vida da pessoa, mesmo depois de muito tempo. Juntamente com uma política acertada ao longo do tempo, os militantes foram a peça principal da oxigenação na construção dessa escola.

Podemos comparar em metáfora, que cada militante é como uma célula que, junto às outras, ajuda no funcionamento de um corpo humano. Como uma estrela que, junto com as outras, forma uma constelação e reforça a iluminação da noite. Como um jogador de um time, que joga em coletivo e quer vencer o jogo. Somos legionários do socialismo.

Militante tem dentro de si a referência de heróis como Che Guevara, Fidel Castro, Hugo Chavez, José Martí, Olga Benário, João Amazonas, o guerrilheiro urbano Mariguella, Lampião, Zumbi dos Palmeiras, Maria Quitéria, Loreta Valadares e dentre muitos outros importantes.

No aço, ferro e fogo, assim é temperada nossa militância no cotidiano. A combatividade, a disciplina, o estudo, a irreverência estão no espírito de cada combatente que dedica sua vida na luta por uma sociedade, sem a exploração do homem pelo homem. As dificuldades são traduzidas como motivação de realização, rompendo as barreiras. Assim, o que é possível está feito, o impossível iremos fazer.

A luta é árdua diante das propagações da imprensa golpista, que incentiva o consumismo, o individualismo e o conservadorismo como melhor modo de vida. Essa imprensa desqualifica a política, na tentativa de dificultar a participação mais ativa da juventude brasileira nas reformas estruturais. Além disso, temos ainda uma campanha de mentiras que é espalhada aos quatros cantos, de que o socialismo acabou, e não tem condições de existência. Isso demonstra o medo da elite do surgimento de uma nova uma sociedade de bem estar social e distribuição de renda, que só o socialismo tem um potencial de construir. Assim, vamos na contra maré desses bombardeios da elite sem compromisso com nosso povo. É com amor que estamos mudando as coisas, daí a nossa campanha para incendiar corações e mentes de meio milhão de jovens – Amar e mudar as coisas.

Não medo de morrer! Eu amo essa entidade e o nome dela eu vou dizer: UJS – essa frase demonstra o amor imprescindível da militância à sua escola. Esse amor ajuda substancialmente em concretizar as ideias socialistas no seio da juventude e colocar a UJS na boca do povo. Difícil um jovem hoje não conhecer ou não ter ouvido falar da juventude do Araguaia. Amar o país faz com que a militância tenha a história do nosso Brasil na memória, ação no presente e o sonho de pertencimento do futuro.

O amor e o sonho junto com a necessidade de mudanças e justiça social constituem o motor que move a luta cotidiana. Uma arma poderosa para defender uma utopia a ser realizada.

Podemos dizer que somos andarilhos urbanos e rurais. Andamos entre muitas escolas, universidades, bairros, praças e grupos da cidade, do estado e até mesmo pelo país, propagandeando as ideias inovadoras e revolucionárias para os tempos modernos. A Grande Marcha na China liderada por Mao Tsé Tung, a viagem de Che Guevara pela América Sul com sua motocicleta, a Coluna Prestes que marchou quase no país inteiro, são também inspirações para continuar caminhando, seja no sol ou na chuva, no frio ou no calor. Estamos aí pro que der e vier.

A diversidade está presente na militância. O respeito às diferenças é fundamental no ensaio de uma alternativa de uma melhor vida. Por isso existem diversas formas internas de organizar a luta, através do Hip-Hop, do Movimento Estudantil, das Jovens Mulheres, Jovens Cientistas, Luta Antirracial, a luta na comunidade e outros. Essas frentes se inter-relacionam na construção de uma diversificação. A escola do socialismo ensaia essas convivências com harmonia, tolerância, respeito mútuo e com valores humanísticos que têm, em primeiro lugar, a solidariedade ao outro. Os militantes fazem da escola do socialismo um ensaio na nova sociedade que está sendo construída.

A formação política é o guia cotidiano da nossa militância. Fazer uma leitura, assistir um filme, trocar ideias, ou refletir em coletivo as ideias revolucionárias, faz parte da nossa cultura política. Sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária, e vice versa, já dizia Lênin. A militância tem prazer e necessidade de estar sempre em formação. O Manifesto da UJS é a nossa bússola para seguir o caminho. É preciso transformar a teoria em política viva do cotidiano.

Entregar a vida na luta por um novo mundo, sacrificar momentos da vida, viver em uma nova família não-sanguínea, convencer outras juventudes a entrar na luta, é o que a militância tem feito ao longo desses tempos com prazer. Sempre é uma gratificação para um(a) militante quando convence outro jovem a ingressar nas fileiras do nosso exército. Militância que segue em frente e segura o rojão, esse é o nosso patrimônio material que devemos cada vez mais crescer, organizar e criar novas gerações. Cada militante é multiplicador da propagação do socialismo, somos o grito das ruas que conclama avanços nas mudanças.

É com socialismo no coração que a UJS vai conquistar meio milhão e fazer a revolução, com meninos e meninas no poder. Prepara a avenida que agente vai passar, sabendo que a estrada vai além do que se vê, se o presente é de luta, o futuro nos pertence, pra ser muito mais Brasil, estaremos nas redes e nas ruas, para amar e mudar as coisas.

Saudações a quem tem coragem.

* Alan Valadares é presidente da UJS Salvador