EUA em crise divulgam baixa contratação com política de cortes

O relatório de fevereiro sobre o emprego nos Estados Unidos, divulgado nesta sexta-feira (7), pelo Departamento do Trabalho, mostrou que o número de novas contratações ficou abaixo da média de 189 mil dos últimos 12 meses e das expectativas dos especialistas na formulação de políticas. O país vem patinando na recuperação econômica para sair da recessão e da crise internacional, enquanto o empobrecimento alcançou patamares graves.

Desemprego EUA - Heartland

No mês passado, de acordo com o relatório mencionado pelo jornal estadunidense The New York Times, a economia dos Estados Unidos somou apenas 175 mil novos empregos, marca que o diário considerou melhor do que os ganhos “anêmicos” de dezembro e janeiro, mas ainda abaixo das expectativas para a recuperação.

A taxa de desemprego no país está em 6,7% desde o aumento de 0,1%. O relatório do Departamento do Trabalho era esperado com grandes expectativas e com ajustes estatísticos. Antes da sua divulgação, o consenso entre os economistas de Wall Street indicava que havia mais 149 mil postos de trabalho, sem o acréscimo na taxa de desemprego, que ficaria em 6,6%.

A adição de empregos em dezembro (84 mil) e janeiro (129 mil) também havia ficado abaixo das expectativas. Os dados do mercado de trabalho foram considerados fracos e somaram-se à tensão da revisão negativa da taxa de crescimento anunciada pelo governo, no ano passado.

Em dezembro, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, havia anunciado a redução gradual dos estímulos após a soma de mais de 200 mil postos de trabalho a partir do meio do ano, mas o ritmo de contratação depois diminuiu. Ainda assim, a superação das expectativas modestas para fevereiro deve significar a manutenção do plano de redução dos estímulos.

Há divergências sobre o que enfrentam os trabalhadores desempregados: enquanto o número de pessoas que têm estado desempregadas por menos de cinco semanas caiu para 2,3 milhões (uma redução de 61 mil), o número de pessoas sem trabalho por 27 semanas ou mais aumentou em 203 mil, para 3,8 milhões.

Além disso, após anos de liderança nas contratações, o governo federal contribuiu com apenas seis mil novos empregos.

No ano passado, mais um recorde de empobrecimento nos Estados Unidos (com 20% das crianças vivendo na pobreza) também coincidia com os cortes extremos no gasto público impulsionado pelo governo, em debates partidários sobre a profundidade do golpe no setor social, como forma de enfrentar o déficit nacional.

O corte de US$ 85 bilhões (R$ 200 bilhões) em 2013 foi considerado um ataque direto contra os os 50 milhões de estadunidenses então vivendo abaixo da linha da pobreza.

Da redação do Vermelho,
Com informações do New York Times e agências