GT de Mulheres da Assufba busca o empoderamento das servidoras

Com o objetivo de institucionalizar as atividades voltadas ao empoderamento das servidoras da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi lançado na segunda-feira (10/03), o GT de Mulheres da Assufba. Promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos das Universidades Públicas Federais da Bahia (Assufba), o evento aconteceu no auditório do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da universidade, em Salvador.

O lançamento do GT contou com a presença de mulheres tradicionalmente engajadas na luta pela emancipação feminina, a exemplo da deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), da defensora pública Firmiane Venâncio, e das sindicalistas Rosa de Souza (CTB), Marilene Betros (APLB) e Eliete Gonçalves (Assufba).

A coordenadora de Comunicação da Assufba, Cássia Maciel, conduziu os trabalhos e esclareceu que o GT atuará sob o tripé “organização, conquista de empoderamento e enfrentamento da violência contra a mulher”.

Na ocasião, Alice Portugal remontou aos primórdios da dominação da mulher e ressaltou que essa submissão deve ser desconstruída culturalmente. “Na família, ensinando-se que meninos e meninas podem a mesma coisa e devem ser educados de maneira não diferenciada e orientados para a cultura da paz. Na escola, no sentido de orientar o educador para que ele garanta uma educação não diferenciada. Se tem menino médico, também tem menina médica; se tem menino engenheiro, também tem menina engenheira”, defendeu.

Para Firmiane Venâncio, iniciativas como a do GT da Assufba são fundamentais para se reverter a vitimização crescente de mulheres. “São esses espaços de empoderamento das mulheres que vão nos fazer avançar. Fazem parecer que a política é um espaço estranho às mulheres, mas nós respiramos política e é na política que as coisas se resolvem’, afirmou.

Marilene Betros destacou a invisibilidade das mulheres nos sindicatos. “Na APLB, somos 80% de mulheres e não temos um departamento feminino”, reclamou. A professora e dirigente sindical criticou o “mito da rivalidade feminina” e reforçou a necessidade de se incluir o tema da emancipação feminina no currículo escolar.

Já Eliete Gonçalves rechaçou a suposta fragilidade feminina, que, para ela, opera como mais um instrumento de manutenção da submissão da mulher. "Nos não somos frágeis. Gostamos de rosas, mas somos fortes”, frisou.

Vice-presidenta da CTB-BA, Rosa de Souza falou sobre a estratificação sexista da ocupação dos espaços de poder, onde a mulher está sempre em desvantagem, e conclamou a plateia a participar da Marcha das Mulheres, que acontecerá no próximo dia 17, em Salvador. “Será uma caminhada representativa, num ano de eleições, por mais mulheres nos espaços de poder”.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com informações da Ascom Alice Portugal