Alice Portugal comenta pesquisa sobre Mulher e Trabalho na RMS

Única mulher da bancada baiana na Câmara dos Deputados, Alice Portugal (PCdoB) afirmou que os dados da pesquisa “A inserção da Mulher no Mercado de Trabalho da RMS”, divulgados na última quinta-feira (6/3), pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI/Seplan), atestam a condição de inferioridade a que ainda está sujeita a população feminina no mundo do trabalho.

Os dados da SEI apontam que, de cada 100 desempregados em 2013 na Região Metropolitana de Salvador, aproximadamente 59 eram do sexo feminino. “Além de compor o maior contingente de desempregados, a mulher é a maior vítima de precarização do trabalho, de assédio sexual e moral e, para exercer as mesmas profissões, com os mesmos níveis educacionais, as brasileiras ganham cerca de 30% a menos do que os homens”, pontuou Alice.

A deputada disse, ainda, que a pesquisa revela uma realidade “preocupante”, já que Salvador é a capital brasileira com maior índice de mulheres chefes de família. “No Brasil, 37% dos lares são chefiados por mulheres. Aqui na Bahia – 51% na cidade de Salvador – há o maior índice de lares gerenciados por elas e, em momentos de crise, as trabalhadoras são as primeiras a serem demitidas”.

Autora do Projeto de Lei (PL) 6653/2009, que “cria mecanismos para garantir a igualdade entre mulheres e homens, para coibir práticas discriminatórias nas relações de trabalho urbano e rural”, Alice salientou que há dezenas de projetos de lei na Câmara dos Deputados voltados à promoção da equidade de gênero que não chegam a ser votados.

“A maioria deles [dos projetos] está dormitando há 10, 12 anos na Câmara dos Deputados. Sempre que o projeto 6653 está para ser votado, por exemplo, os representantes do empresariado levantam-se e barram-no, sob o argumento de que não se pode votar a equidade salarial, pois isso macularia a imagem de algumas empresas”, concluiu.

Assessoria/ Alice Portugal