Rebeldes tentam exportar petróleo da Líbia exigindo autonomia

O governo estadunidense “advertiu” rebeldes líbios contra a tentativa de exportar petróleo sem o consentimento do governo central. Washington afirmou que os compradores do “petróleo ilegal” poderiam ser criminalizados e sofrer sanções. As autoridades da Líbia – eleitas em 2012 após a intervenção militar criminosa e a derrubada do governo anterior, em 2011, pela aliança ocidental belicosa, a Otan – afirmaram que vão impedir as exportações e que navios de guerra foram movimentados para este fim.

Líbia - Reuters

De acordo com o governo líbio, liderado pelo presidente do Congresso Nacional Geral Nouri Abusahmain desde junho de 2013, grupos rebeldes têm guardado o porto de Al-Sidra, usado para a exportação de petróleo, desde que desertaram e anunciaram a tomada da estrutura.

Segundo as autoridades, navios de guerra foram enviados à região para impedir o transporte de petróleo sem a autorização do governo. Os rebeldes, entretanto, exigem o retorno a um sistema de gestão em que a renda da exportação de petróleo era compartilhada entre as diferentes regiões do país.

O grupo inclui antigos soldados e é liderado por Ibrahim Jathran, um antigo comandante no governo do presidente deposto e assassinado, Muammar Kadafy. Os rebeldes tomaram três portos diferentes do leste da Líbia.

O Ministério da Defesa emitiu ordens para o comando do Exército, da Força Aérea e da Marinha lidar com a situação. “A ordem autoriza o uso da força e coloca a responsabilidade por qualquer dano resultante sobre o dono do navio” Morning Glory, atracado no porto de Sidra desde sábado (8), e que tem sido carregado com petróleo. Segundo as autoridades líbias, o navio tem bandeira norte-coreana.

O Departamento de Estado dos EUA, sempre envolvido em questões que envolvem os recursos petrolíferos de outros países, afirmou que “o petróleo pertence à Companhia Nacional de Petróleo da Líbia e aos seus parceiros no empreendimento conjunto”, referindo-se às multinacionais do ramo com capital aplicado na companhia. Os Estados Unidos são, obviamente, um desses “parceiros”, como informou o próprio departamento.

O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan, disse que as autoridades exigiram ao capitão do Morning Glory que deixasse as suas águas, mas que “homens armados a bordo da embarcação” impediram-no de deixar o porto.

Os rebeldes da região têm exigido autonomia desde agosto do ano passado, e formaram um conselho para governar a área, Cirenaica, em referência ao antigo nome da principal cidade durante a Antiguidade, Cirene. “Não estamos desafiando o governo, mas insistimos nos nossos direitos,” disse o líder do conselho, Rabbo al-Barassi, citado pelo portal Middle East Monitor.

Da Redação do Vermelho,
Com informações do Middle East Monitor