Ananias cobra votação do projeto de iniciativa popular Saúde+10 

O deputado João Ananias (PCdoB-CE), em pronunciamento no Plenário da Câmara, esta semana, repercutiu as cobranças feitas na mobilização de entidades que lutam em prol da Saúde Pública no Brasil, a partir da melhoria do financiamento. “Os representantes presentes (na mobilização) lamentaram pela falta de respostas do Congresso Nacional em relação ao Projeto de Iniciativa Popular, Saúde+10, que chegou a esta casa turbinado por um milhão e 200 mil assinaturas do povo brasileiro”.  

Na avaliação do parlamentar, os projetos de iniciativa popular sempre tiveram uma tradição de força, em respeito a sua gênese, conduzidos pela determinação dos movimentos populares. “No caso do Saúde+10, não ocorreu o mesmo, foi apensado a um outro projeto da lavra de um parlamentar, sem demérito algum, porém entendo que esse não deveria ser a forma de tramitação”.

Para Ananias, a solução é o desapensação do projeto, que já foi solicitado por ele, para que sua tramitação seja transparente e assim melhor acompanhada por aqueles que a assinaram.

Ele anunciou ainda que em reunião com o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), após a colocação de todos esses argumentos, foi acordado realizar uma Comissão Geral para debater o financiamento do SUS, que é o objeto fundamental do Saúde+10.

Ananias, que é médico e ex-secretário de Saúde do Estado do Ceará, avalia que “diante da relevância do tema e diante das legítimas e justas reclamações da sociedade que padece pelas crônicas dificuldades do Sistema Único da Saúde (SUS), não podemos perder a oportunidade de garantir um aporte maior de recursos para a Saúde do povo brasileiro, que manifestou-se fartamente, quando assinou com sobras, o Saúde+10”.

“É opinião consensual de todos aqueles que conhecem bem a realidade do nosso sistema, que o mais grave problema dele é o sub-financiamento. Se relacionarmos os gastos públicos com saúde ao PIB (Produto Interno Bruto), o Brasil gasta apenas 3,8%, percentual este, que vem se mantendo há vários anos. Se compararmos com outras Nações, inclusive mais pobres que a nossa, investimos menos que boa parte delas”, denuncia o parlamentar.

De Brasília
Márcia Xavier