Justiça decide pela reintegração de bancário demitido na ditadura

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), última instância da Justiça do Trabalho, decidiu pela reintegração de um bancário baiano que foi perseguido, torturado e demitido sem justificativa, durante a ditadura militar (1964-1985). Osmar Pereira Ferreira, de 70 anos, volta a trabalhar no Bradesco – que na época da demissão era Banco da Bahia.

A ação foi movida em 2010, 46 anos após a demissão, quando o bancário conseguiu a anistia política. A batalha judicial foi acompanhada pelo advogado do Sindicato dos Bancários da Bahia (SBBA), que ofereceu assistência jurídica ao trabalhador, e tramitou em todas as instâncias até a decisão do TST.

“A poucos dias dos 50 anos do golpe militar, início do período mais sombrio da história recente do Brasil, o Sindicato dos Bancários da Bahia tem uma vitória significativa na Justiça. Muito mais do que valores em dinheiro, a ação resgata a dignidade de um trabalhador, perseguido, preso e demitido pelo banco dias depois de ser solto pelos militares, apenas por lutar pelos seus ideais”, diz o sindicato, através da assessoria.

Osmar, que era dirigente do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, foi preso em 8 de abril de 1964, dentro da própria agência, em um dia normal de trabalho. Ele permaneceu 12 dias sob o poder dos militares e, nesse período, foi torturado. Ao ser libertado, recebeu a notícia de que havia sido demitido.

Segundo o SBBA, a reintegração está prevista para acontecer nos próximos dias. O sindicato informou, ainda, que prepara um grande ato para celebrar a conquista.

De Salvador,
Erikson Walla
*Colaborou Ascom/SBBA