Zapatistas mexicanos realizarão encontro de povos originários

O Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) do México anunciou a realização de um encontro nacional de povos originários em algum de seus caracóis durante o fim do próximo mês de maio, conforme foi hoje anunciado nesta terça-feira (1º).

Do mesmo modo, o grupo armado realizará, no dia 1º de junho, no caracol (região administrativa zapatista) de Oventik, estado de Chiapas, uma homenagem ao filósofo Luis Villoro Toranzo, recentemente falecido, da qual participarão seu filho, o escritor Juan Villoro; e o subcomandante insurgente Moisés, informou o jornal La Jornada.

Ao divulgar essa informação, o subcomandante Moisés adiantou que caso sua saúde permita, contarão com a presença e talvez a participação do subcomandante Marcos em alguns dos eventos que são abertos, pois haverá outros que serão fechados.

Um desses encontros com participação de público será o seminário Ética diante do despojo, também em honra a Villoro pai, que ocorrerá em Oventik e no município de San Cristóbal de las Casas, entre os dias 2 e 8 de junho.

Espera-se a partcipação neste encontro dos intelectuais John Berger, Pablo González Casanova, Adolfo Gilly, Immanuel Wallerstein, Neus Espresate, María de Jesús da Fonte, Gustavo Esteva, Juan Villoro, Raymundo Sánchez e Paulina Fernández, entre outros.

Segundo o subcomandante Moisés explicou, entre os dias 26 e 30 de maio ocorrerá um primeiro intercâmbio com irmãos de diversos povos originários e organizações indígenas.

"Compartilharemos nossos pensamentos e histórias de luta e resistência como indígenas que somos, junto aos kumiai, rarámuri, náyeri, wixárika, odam, nahua, coca, purépecha, hñahñú, mazahua, amuzgo, ñuu savi, me'phaa, ñuhú, totonaco e popoluca, entre outras etnias", expressou.

No sábado 31 de maio, acrescentou, serão divulgadas as conclusões e uma declaração sobre a luta de resistência contra o despojo do qual padecemos, e a favor de nossos direitos e cultura.

Há 20 anos o EZLN realizou um levante armado contra o Governo mexicano no estado de Chiapas e apresentou reivindicações de justiça e liberdade a favor dos povos originários.

Desde então o exército teve várias formas de organização, entre elas as regiões conhecidas como Caracoles, que servem de sede às Juntas de Bom Governo, mecanismos através dos quais opera a autonomia do EZLN que é reconhecida de fato pelo Executivo mexicano, ainda que não juridicamente.

Fonte: Prensa Latina