Deputado Carrion, do PCdoB, visita presos políticos no Paraguai

Há pouco menos de uma semana o deputado do PCdoB, Raul Carrion, viajou ao Paraguai em missão de paz e solidariedade aos presos político de Curuguaty em greve de fome. O parlamentar cumpriu uma extensa agenda no país vizinho e intermediou com o poder público a liberdade dos cinco presos políticos, além de exigir relatórios sobre a saúde deles no Hospital Militar, na capital Assunção. 

Por Mariana Serafini, do Vermelho

Deputado Raul Carrion com Rubén Villalba - Reprodução

O primeiro compromisso de Raul no Paraguai foi visitar os presos políticos no Hospital Militar. Na ocasião ele conversou com Rubén Villalba, um dos líderes de Curuguaty, e falou sobre as mobilizações no Brasil em solidariedade ao povo paraguaio. Até então os cinco camponeses ainda estavam em greve de fome e havia familiares, militantes de movimentos sociais e direitos humanos em vigília em frente ao hospital. Manifestações estas que o deputado comunista também fez questão de participar.

Depois de ter conversado com os camponeses, os familiares, médicos e advogados da causa pró-Curuguaty, Raul fez uma visita ao Senado paraguaio. Participou de uma sessão ordinária e intercedeu pela liberdade dos presos. Apesar de fazer um pedido formal durante a audiência, o presidente do Senado, Júlio Cesar Velazquez, não recebeu o deputado comunista em seu gabinete e se recusou a conversar.

Em contrapartida, os senadores da Frente Guasu, coalizão dos principais partidos de esquerda do Paraguai, receberam o parlamentar brasileiro e realizaram uma reunião produtiva onde foram estabelecidas propostas de colaboração entre os dois países.


Raul Carrion com o deputado Ricardo Canese e os senadores Sixto Pereira e Ezperanza Martinez, da Frente Guasu, no Senado

Raul também visitou a Coordenadoria de Direitos Humanos do Paraguay (Codehupy) e pôde se inteirar mais sobre o Massacre de Curuguaty – episódio que resultou em 11 camponeses e seis policiais mortos e serviu de pretexto para o golpe parlamentar que derrubou o presidente Fernando lugo – com os ativistas responsáveis pela elaboração de um amplo relatório sobre o caso.

Entre outras visitas oficiais, Raul participou de uma importante reunião com o procurador Geral da República do Paraguai, Javier Dias Verón, com quem teve a oportunidade de apresentar seu parecer sobre a grave situação dos presos políticos com a saúde extremamente debilitada e interceder pela liberdade deles.

No último sábado (12), os presos políticos ganharam o direito de cumprir a pena em regime domiciliar. Na segunda-feira (14) foram trasladados para Curuguaty, município onde vivem as famílias vítimas do massacre. Infelizmente um deles, Rubén Villalba, foi preso novamente assim que chegou em casa. A Justiça alega uma ocupação de terra na comunidade de Pindu, também em Curuguaty, em 2008.

A visita do deputado comunista contribuiu para dar visibilidade à luta dos camponeses paraguaios tanto no Paraguai como no Brasil. Autoridades políticas de diversos países da América Latina também realizaram missões de paz e solidariedade ao povo paraguaio, assim com Raul. Essas ações serviram para pressionar o poder público e acelerar a decisão de mudar oficialmente a pena em regime fechado para domiciliar dos cinco presos políticos.