Premiê do Iraque denuncia sauditas pelo papel na crise regional
Em entrevista concedida na segunda-feira (21), o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, afirmou considerar que a Arábia Saudita é um Estado “problemático” devido ao apoio que garante aos grupos armados extremistas que operam na Síria, no Iraque, no Iêmen e em outros países. O envolvimento da monarquia saudita com as facções que têm atuado na região, com ligações com a rede Al-Qaeda, tem sido denunciado de forma incisiva pelos governos de alguns destes países.
Publicado 22/04/2014 10:19
O premiê iraquiano disse, em entrevista à emissora libanesa Al-Manar, que a Arábia Saudita é a origem das fatwas (decretos religiosos) dos líderes de ideologia extremista, e agregou que os grupos fundamentalistas, como a rede Al-Qaeda, surgiram com o respaldo da monarquia do país.
De acordo com Al-Maliki, a Arábia Saudita “sonha em derrotar os governos da Síria, do Iraque e do Líbano, mas não terá êxito”. O primeiro-ministro instou as autoridades em Riad a deixarem de interferir nos assuntos iraquianos e exigiu o respeito aos interesses do seu país.
Al-Maliki reiterou que a crise na Síria, cujas dimensões já se tornaram regionais, só será resolvida por via política, e urgiu as partes implicadas no conflito armado a adotarem uma solução dialogada.
Após fazer o chamado à Arábia Saudita para que cesse o envio de armas aos paramilitares na Síria, o premiê iraquiano argumentou que, caso isso não ocorra, a guerra será estendida além das fronteiras e, assim como já assola o Iraque e o Líbano, também afetará a Jordânia, a Arábia Saudita e a Turquia.
A Síria sofre as consequências da ingerência em sua disputa política e do respaldo exterior aos grupos armados desde 2011, quando foi imersa na violência dos confrontos com os paramilitares que recebem apoio logístico, financeiro e político da Arábia Saudita, da Turquia, dos EUA e da União Europeia, com a intenção de derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad.
Com HispanTV
Tradução da Redação do Vermelho