Encontro debate racismo institucional na saúde em Salvador
Na manhã da quarta-feira (23/04), o Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador sediou uma audiência pública que discutiu o Racismo Institucional na Saúde e a Política Municipal de Saúde da População Negra. O evento foi promovido pelo Conselho Municipal de Saúde e Conselho Municipal das Comunidades Negras.
Publicado 24/04/2014 20:24 | Editado 04/03/2020 16:15
Durante a audiência foi debatido o caso de racismo envolvendo a médica Luamorena Leoni Silva, que teria sido convidada pela Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) a deixar a unidade de saúde do Alto das Pombas, onde trabalha. Segundo a médica, a Secretaria argumentou dizendo que a profissional não tinha o perfil adequado para exercer a função na unidade. Ainda de acordo com Luamorena, há problemas de estrutura como infiltrações nas paredes e falta de material de trabalho, como medicamentos.
Presente no encontro, o presidente do Sindimed, Francisco Magallhães, afirmou que é radicalmente contra o racismo e ressaltou que o Sindimed está à disposição da profissional: "É necessário combater o racismo, porque vivemos em um estado que a maioria da população é negra. Além disso, racismo é crime", declarou o presidente.
Sobre a falta de estrutura vivida na unidade do Alto das Pombas, Magalhães responsabiliza, entre outras falhas da Prefeitura, a prática de não contratação de médicos concursados: "O Município precisa de um olhar aguçado para este tipo de situação. O governo quer terceirizar, e não há interesse em contratar médicos concursados".
Uma rede de solidariedade na comunidade do Altos das Pombas luta para garantir a permanência da médica na comunidade. Além do Sindimed, o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA), a Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA e a Marcha Mundial das Mulheres, prestam solidariedade.
Fonte: Sindimed Bahia.