"Ex-presidente da Colômbia participou de golpe na Venezuela"

O governo venezuelano denunciou neste domingo (4) que as recentes tentativas de golpe contra o governo bolivariano começaram a ser orquestradas no ano de 2004. Segundo o ministro de Interior, Miguel Rodríguez Torres, há uma série de “evidências” que revelam a participação de paramilitares colombianos e do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, nos planos de desestabilização da Venezuela. 

"Ex-presidente da Colômbia participou de golpe na Venezuela" - Telesur

Em uma entrevista concedida a uma emissora estatal, Torres explicou que as ações violentas que acontecem na Venezuela formam parte de um plano que, originalmente, estava direcionado à derrubada do comandante da Revolução Bolivariana e ex-presidente, Hugo Chávez.

Torres apresentou um fluxograma com uma rede de envolvidos como uma das provas que fundamentam seus argumentos. “Temos evidências de que Leopoldo López, cada vez que viajava à Colômbia, se reunia diretamente com Uribe”, afirmou o ministro venezuelano, que disse ainda que “se alguém entende de violência, falsos positivos e de desaparições forçadas, esse alguém é Uribe”.

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Ele lembrou ainda que há 10 anos o governo desmantelou uma operação paramilitar na Fazenda Daktary, no estado de Miranda, com mais de 100 recrutas da oposição, disfarçados de soldados venezuelanos que pretendiam “matar Chávez e criar uma guerra civil”.

O ministro mostrou cópias de e-mails trocados por Gustavo Tovar Arroyo – suposto financiador de grupos violentos – com ativistas de direita como Peter Brunelli e Eligio Cedeño, em outubro de 2010. Os textos comentam sobre uma reunião chamada "Festa Mexicana", que planejava a derrubada do governo bolivariano.

Os documentos descrevem com detalhes como alguns jovens foram treinados no México. De acordo com o ministro, esses jovens receberam um workshop sobre como desenvolver um programa de ação "protestos" para "restaurar a democracia" com a ideia de "criar um plano de ação para ativar as forças juvenis com um propósito claro de libertação nacional".

Torres denunciou também os informes falsos divulgados pelos opositores, que “têm como objetivo distorcer a realidade e tentar vincular o Estado com supostas ações repressivas contra os seus cidadãos”. Ao mesmo tempo em que estes informes acusam o governo, tentam eximir quaisquer responsabilidade da oposição em atos de violência.

"O estranho é que agora ninguém é culpado, ninguém fez ‘guarimbas’ (barricadas). Há um ataque feroz contra nós e contra mim, porque temos denunciado (essas práticas), mas ninguém assume a responsabilidade sobre as ‘guarimbas’", concluiu.

Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho,
Com informações da Telesur