Milhares de palestinos detidos por Israel anunciam greve de fome

Praticamente todos os prisioneiros palestinos em centros de detenção israelenses entrarão em greve de fome por um dia, nesta quinta-feira (8), em solidariedade aos que se encontram em “detenção administrativa”, que já protestam desta maneira há duas semanas, de acordo com a agência palestina de notícias Ma’an. A “detenção administrativa” é um dispositivo jurídico arbitrário que permite a prisão por períodos renováveis de seis meses, sem julgamento ou contato com a defesa.

Palestina Dia dos Prisioneiros - Maan

Ziad Abu Ein, subsecretário do Ministério de Assuntos dos Prisioneiros, disse à Ma’an, nesta quarta-feira (7), que 5.100 palestinos em prisões israelenses fariam greve de fome no dia seguinte. Além disso, outros 50 prisioneiros condenados entrarão na greve aberta.

Mais de 100 palestinos detidos nas prisões israelenses iniciaram uma greve de fome sem previsão de suspensão em 24 de abril, em protesto contra a sua detenção sem direito ao julgamento, sob as leis que permitem, em Israel.

Leia também:

Israel alega "medidas de segurança" para detenções arbitrárias
Dia dos Prisioneiros palestinos marca a luta pela libertação

Esta modalidade, classificada de “administrativa”, viola os direitos humanos mais básicos, embora seja institucionalizada em Israel, como explicado em matéria anterior do Portal Vermelho.

Os detidos sob esta classificação ficam presos por meses afio sem acesso às evidências que justificariam a sua detenção. Israel tem ao menos três leis diferentes que permitem este tratamento aos “suspeitos de participar em hostilidades” contra o Estado israelense, ou que sejam considerados, arbitrariamente, de “combatentes ilegais”, no caso dos habitantes da Faixa de Gaza.

Até 1º de abril havia 186 palestinos detidos sob esta classificação nas prisões israelenses, inclusive nove membros do Conselho Legislativo Palestino, de acordo com o centro palestino de apoio e defesa dos direitos dos prisioneiros, Addameer. Mais de 800 mil palestinos já foram detidos por Israel desde 1967, com cerca de 5.200 presos atualmente, de acordo com a Organização para a Libertação da Palestina.

Com Ma'an,
Moara Crivelente, da Redação do Vermelho