Irã e Rússia consideram conjuntura atual boa para acordo na Síria

Autoridades do Irã e da Rússia consideraram que a atual conjuntura na Síria é propícia para uma solução política ao conflito, destacaram nesta quinta-feira (8) fontes da chancelaria persa ao comentar contatos diplomáticos realizados em Teerã.

Um porta-voz do ministério de Relações Exteriores indicou que o momento também favorece uma melhoria no modo de levar ajuda humanitária ao povo sírio e progressivamente restaurar a estabilidade naquele país.

As percepções sobre a situação na Síria foram discutidas na quarta-feira no Teerã pelos vice-chanceleres russo Mikhail Bogdanov e o iraniano para Assuntos Árabes e Africanos, Hossein Amir-Abdollahian, interessados em conciliar posições para um acordo de mais de três anos de conflito.

O diplomata persa destacou a importância de pôr em marcha um plano de quatro pontos proposto por este país para a crise síria, dado que leva em conta as realidades no local para uma saída pacífica e faz ênfase em preservar a integridade territorial e a independência do país árabe.

Igualmente, a iniciativa da república islâmica defende que se respeite o direito do povo sírio à autodeterminação em eleições democráticas, recordou o porta-voz.

"Agora há uma boa oportunidade na Síria para uma solução política à crise, e aqueles que respaldam as posturas diplomáticas podem jogar um papel crucial em deter o conflito através de um apoio ao processo político", expressou Amir-Abdollahian a Bogdanov.

O vice-ministro russo, também enviado especial do presidente Vladimir Putin para o Oriente Médio, estimou que o diálogo sobre a Síria ajudará no presente e futuro imediato, em evidente alusão aos avanços sobre o terreno do Exército leal a Damasco contra a oposição armada.

Ambas partes as defenderam que as potências ocidentais e seus aliados na região cessem o fornecimento de armas e o financiamento aos grupos que combatem dentro da Síria, entre os quais há uma perigosa mistura de extremistas islâmicos de diversas marcas ideológica e sectária.

O governo do presidente Bashar al-Assad denunciou abertamente o apoio de países árabes como Arábia Saudita e Catar, e da Turquia aos grupos armados.

O gerenciamento russo-iraniano para um arranjo político contrastou com o pedido de mais armamento para a oposição feito ontem aos Estados Unidos pelo líder do denominado Conselho Nacional Sírio, Ahmad Kharba, paradoxalmente durante um discurso no Instituto norte-americano para a Paz, em Washington.

Fonte: Prensa Latina