Rússia garante veto à proposta de resolução da França contra a Síria

O embaixador da Rússia para a Organização das Nações Unidas (ONU) Vitaly Churkin afirmou que seu país vetará um rascunho de resolução apresentado pela França no Conselho de Segurança, instando à remissão do conflito na Síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Para Churkin, a proposta de resolução não passa de uma “jogada de publicidade”. O Conselho deve votar a questão nesta quinta-feira (22).

Rússia ONU - Reuters

“Consideramos fato de a resolução ir a votação como simplesmente uma jogada de publicidade, que terá um efeito prejudicial, infelizmente, aos nossos esforços conjuntos para tentar resolver a crise na Síria politicamente,” disse o representante russo.

A Rússia já vetou três resoluções contra a Síria desde a escalada da violência no país árabe, em 2011. Na terça-feira (20), o vice-ministro russo de Relações Exteriores Gennady Gatilov disse que o rascunho é inaceitável para o Kremlin e que Moscou não vai respaldá-lo.

“O rascunho de resolução atualmente submetido ao Conselho de Segurança é, para nós, inaceitável, e nós não o apoiaremos. Se for colocado para votação, nós o vetaremos”, disse Gatilov, uma vez que a Rússia é um dos cinco membros permanentes do conselho, com direito ao veto. O país tem impedido reiteradamente o recurso à intervenção militar promovida pelos EUA, França e Reino Unido contra a Síria, instando ao diálogo político nacional e internacional.

A Síria está submersa na violência fatal desde março de 2011, e já contabiliza mais de 160 mil mortos e milhões de pessoas forçadas a se deslocar devido à crise, perpetuada pela ingerência externa destrutiva, em respaldo aos grupos armados.

De acordo com vários relatos já divulgados, há evidências suficientes do apoio financeiro, logístico e militar aos diversos grupos paramilitares atuando na Síria, muitos compostos por mercenários estrangeiros e de linhas extremistas, inclusive ligados à rede terrorista Al-Qaeda.

Entretanto, as potências ocidentais e países vizinhos como a Arábia Saudita e a Turquia continuam agindo contra o governo sírio, exigindo a sua renúncia e garantindo apoio político aos grupos que se declararam representantes da oposição.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da agência de notícias Sana e da emissora Press TV