Faltam apenas 8% do material químico a ser removido da Síria

A líder da Missão Conjunta das Nações Unidas e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) disse, nesta quinta-feira (8), que ainda há desafios graves para a remoção e destruição do que resta do material químico sírio, conforme o acordo com o governo do presidente Bashar al-Assad. Em declarações ao Conselho de Segurança, a coordenadora especial Sigrid Kaag afirmou que 92% do arsenal sírio já foi removido do país para a destruição.

Síria armas químicas - UN Photo/Paulo Filgueiras

De acordo com Sigrid Kaag, o restante 8% do material crítico está inacessível devido às condições securitárias na Síria, um desafio que a equipe de técnicos só tem contornado com o apoio das forças oficiais sírias ao processo.

Kaag disse que o cumprimento do prazo acordado entre a Opaq, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Síria só será possível se a sua equipe conseguir acesso ao local onde está o restante do material químico, mas o conflito armado que o país ainda enfrenta tem dificultado o processo.

“Avanços significativos já foram cumpridos, mas precisamos de um empurrão final para alcançar os 100% e completar o trabalho como previsto pelo programa completo de eliminação das armas químicas,” disse a coordenadora.

A remoção do material mais crítico para a sua destruição foi iniciada em janeiro, em conformidade com um acordo mediado pela Rússia e pelos Estados Unidos, segundo o qual a Síria renunciou dos seus recursos químicos de potencial bélico e assinou a Convenção para a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Uso de Armas Químicas, de 1992.

Derivadas do acordo, as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do Conselho Executivo da Opaq definem que a totalidade das armas químicas da Síria deve ser destruída até 30 de junho deste ano. Segundo Kaag, faltam 16 contêineres a serem removidos. “Então, a operação pode ser concluída rapidamente. Isso é questão de menos de uma semana de trabalho, no total, e permite às autoridades aterem-se o máximo possível ao prazo de 30 de junho”.

O acordo, impulsionado principalmente pela Rússia, garantiu a opção pela diplomacia e pela cooperação na remoção das armas químicas para a destruição, conforme o compromisso do governo sírio, ao invés da intervenção militar agressora promovida pelos Estados Unidos e alguns aliados europeus, que respaldam ativamente os grupos armados atuantes na Síria, contribuindo para o prolongamento do conflito.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da ONU