Hezbolá rechaça extensão do mandato do presidente libanês

O vice-secretário-geral do partido libanês Hezbolá, xeique Naim Qassem, rechaçou a possibilidade de extensão do mandato do presidente do Líbano, Michel Suleiman, e descreveu os rumores sobre o tema como “esperanças impraticáveis.” Em declarações publicadas pelo diário Al-Akhbar, nesta terça-feira (13), Qassam disse que estas propostas de extensão do mandato de Suleiman “estão no passado”.

Hezbolá - Al-Ghadeer TV

O xeique Qassem disse que o Hezbolá – partido islâmico à frente da resistência libanesa contra as políticas estrangeiras de fragmentação do país – apoia veementemente a eleição de um novo presidente de acordo com o cronograma, mas afirmou que isso não vai acontecer “porque as coisas ainda não estão maduras.”

“É natural que [a eleição] seja um pouco postergada, embora esperemos que não seja muito atrasada,” acrescentou. O xeique também ressaltou que é necessário um consenso para a eleição de um novo chefe de Estado, notando que nenhum dos campos políticos pode eleger sozinho o presidente do Líbano.

“Não é possível que o 14 de Março ou o 8 de Março tragam um presidente, sozinho,” afirmou. “O 8 de Março [aliança da qual o Hezbolá faz parte] tem estado ciente disso. É por isso que ainda não ofereceu um candidato competitivo, para deixar a porta aberta às oportunidades.”

Na segunda-feira (12), vários meios de comunicação do Líbano noticiaram que o patriarca Beshara al-Rahi estava trabalhando por uma emenda constitucional para permitir que Suleiman continue no governo, caso o Parlamento não consiga eleger um sucessor até 25 de maio, quando seu mandato expira.

Em abril, o Parlamento votou na primeira rodada das eleições presidenciais, mas a maioria dos votos ficou dividida entre Samir Geagea e a opção em branco, para protestar contra a sua candidatura. Geagea é do partido Falanges, ou “Kataeb”, de direita (da aliança 14 de Março), que desempenhou um papel central nos confrontos da Guerra Civil, de 1975 a 1990. Ele é acusado de vários assassinatos e passou 11 anos preso por crimes que cometeu durante a guerra.

Nenhum candidato conseguiu os 86 votos necessários para ser eleito naquela sessão, no final do mês de abril. As eleições intensificaram a rivalidade entre as coalizões 8 de Março e 14 de Março, que discutem sobre a interferência externa no processo.

Da Redação do Vermelho,
Com informações do Al-Akhbar e da emissora Al-Manar