Grupos fazem greve de fome em apoio a prisioneiros palestinos

Organizações solidárias à causa palestina convocaram um dia internacional de greve de fome, nesta segunda-feira (19), em apoio aos prisioneiros palestinos encarcerados segundo a “detenção administrativa”, um dispositivo jurídico criado em Israel para permitir a prisão de “suspeitos” por períodos renováveis de seis meses, sem contato com a defesa e sem julgamento. A advogada Shireen Issawi também aderiu à greve após ser informada de que seu julgamento seria adiado por nove meses.

Palestina Laila Issawi - Malaka Mohamed

Shireen, irmã do ativista Samer Issawi, é uma defensora dos direitos humanos que participou do monitoramento e documentação das violações cometidas contra os prisioneiros palestinos nos centros israelenses de detenção, especialmente contra crianças, mulheres e residentes da Faixa de Gaza.

Ela também relatou práticas adotadas pelas autoridades israelenses, como o impedimento da visita dos advogados de defesa aos prisioneiros palestinos e árabes em geral, além de outras medidas que violam os direitos humanos, nas prisões israelenses.

Leia também:
Milhares de palestinos detidos por Israel anunciam greve de fome
Israel alega "medidas de segurança" para detenções arbitrárias
Dia dos Prisioneiros palestinos marca a luta pela libertação

O adiamento do julgamento de Shireen, em 7 de maio, para o próximo ano, segue vários comparecimentos ao tribunal desde a sua detenção, em 6 de março. Na lei israelense, o julgamento pode ser suspenso e a detenção pode ser estendida sob a condição de que a decisão e a sentença finais sejam emitidas dentro de nove meses e um dia após a data do adiamento.

Shireen Issawi iniciou a sua greve de fome em solidariedade aos prisioneiros palestinos e declarou que continuará protestando contra o adiamento do seu julgamento. A advogada foi presa quando estava em casa, em Jerusalém, assim como diversos outros colegas, como parte da onda de detenções que tiveram como alvo os advogados. Alguns foram libertados após pagarem fiança e ainda serão julgados.

O irmão de Shireen, Samer, também passou larga temporada preso sob o estatuto da “detenção administrativa” e cumpriu greve de fome por mais de 200 dias, no ano passado.

A “detenção administrativa” é um recurso abusivo amplamente denunciado, aplicado segundo três leis israelenses diferentes e direcionado aos que as autoridades considerarem “suspeitos” ou alegarem que “colaboraram” em atividades contra o Estado de Israel, um conceito vago e carregado de um viés político que criminaliza qualquer resistência contra a ocupação israelense.

Com informações das agências palestinas,
Moara Crivelente, da Redação do Vermelho