Rússia e China assinam acordo energético e de infraestrutura histórico

Nos últimos dias, acordos energéticos entre a Rússia e a China têm sido abordados por analistas no contexto da disputa de poder geopolítico mundial, em que os Estados Unidos debatem-se para manter a sua hegemonia sobre o globo, assim como potências europeias. A projeção chinesa é tratada como questão preocupante e as parcerias russas, como potenciais ameaças. Os dois países assinaram, na quarta-feira (21), um acordo de US$ 400 bilhões (R$ 886 bilhões) para o fornecimento de gás por 30 anos.

A Rússia tem cerca de três trilhões de metros cúbicos de reservas de gás natural, o suficiente para 50 anos, disse o presidente Vladmir Putin, quando anunciava o acordo. Para ele, há ainda mais a ser extraído, conforme declarou a representantes empresariais no 18º Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo.

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“Este projeto é multidimensional, porque nos dá a oportunidade (…) de desenvolver as províncias do leste [da Rússia] e construir um ramo do sistema de fornecimento de gás lá”, continuou o presidente, referindo-se aos benefícios do acordo para diferentes regiões do país.

Putin também disse que as duas rotas, do leste e do oeste, através dos gasodutos da Sibéria e de Altai serão desenvolvidas.

O acordo de quarta-feira foi assinado pela estatal russa Gazprom e alcançou o estatuto de maior negócio da história com a chinesa CNPC. A Rússia fornecerá, assim, 38 bilhões de metros cúbicos de gás à China por ano, a partir de 2018.

O acordo envolve investimentos da infraestrutura necessária, previstos em mais de US$ 70 bilhões dos dois lados, o que torna este um maior projeto de construção do mundo. A Rússia investirá à partida US$ 55 bilhões e a China, US$ 22 bilhões para dutos dentro das suas fronteiras.

Em 2013, a China consumiu cerca de 170 bilhões de metros cúbicos de gás natural e deve consumir 420 bilhões por ano até 2020.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da Russia Today