ELN espera que alianças presidenciais sejam em prol da paz na Colômbia

 O Exército de Libertação Nacional (ELN) divulgou um artigo nesta terça-feira (27), dizendo que espera que os debates eleitorais das próximas semanas tratem a essência do conflito interno colombiano e que as alianças girem em torno de um programa de paz.

No texto intitulado “Ganhou a guerra?”, a guerrilha critica as campanhas do primeiro turno na Colômbia ao afirmar que quer ver “um programa [político] além da tradicional distribuição de postos burocráticos e fatias do orçamento nacional”

“Quem se incline na balança pela paz ou pela guerra no segundo turno em 15 de junho, assumirá uma responsabilidade histórica e algum dia se saberá se atuaram pensando na Colômbia ou em seus interesses particulares", acrescentou a força insurgente.

Leia também:
Para Santos, diálogos de paz estão ameaçados na Colômbia
Farc completam 50 anos e se aproximam da consolidação da paz
“Quem controla a Colômbia é a direita”, diz analista

Ao ELN não surpreendeu que nenhum candidato atingisse 50% dos votos requeridos para ganhar, mas segundo o texto “a surpresa foi o triunfo de Oscar Iván (Zuluaga), seguidor do ex-presidente Álvaro Uribe, com mais de 460 mil votos de vantagem sobre o presidente Juan Manuel Santos”.

"Os resultados revelam que Uribe teve maior astúcia para desprestigiar a imagem de Santos. Não é que tenha ganhado a opção da guerra", enfatizou o ELN, depois de ressaltar que a resposta cidadã à campanha eleitoral de guerra suja, foi a abstenção, com o percentual mais alto dos últimos 20 anos.

A insurgência sublinhou que também foi surpreendente a votação alcançada pelas duas candidatas mulheres (Clara López e Marta Luzia Ramírez), "resultados que as deixam em uma posição vantajosa, como aliadas obrigatórias para os dois candidatos que passam ao segundo turno".

Na opinião do ELN, esse segundo turno "abre um leque de possibilidades, onde reina a incerteza, na qual nenhum dos dois candidatos tem assegurada a vitória e ficam dependendo das alianças que consigam, e de ganhar uma parte dos votantes em branco e das abstenções".

“A atual campanha presidencial prometia ser um debate profundo entre a paz ou a continuidade da guerra. No entanto, passa à história como a campanha da guerra suja, entre os agrupamentos oligárquicos”, sublinhou a guerrilha.

Fonte: Prensa Latina