Comissões de paz apoiam iniciativa de acelerar diálogo com as Farc

Membros das comissões de paz do Congresso colombiano apoiaram a iniciativa do presidente Juan Manuel Santos de estudar a possibilidade de dividir em subgrupos os participantes da mesa com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para agilizar os diálogos.

Farc retomam diálogo em meio a incertezas eleitorais na Colômbia - Reprodução

Na opinião da co-presidenta da Comissão de Paz da Câmara de Representantes, Angela María Robledo, “seria uma grande notícia e uma demonstração de vontade da força insurgente de aceitar esta proposta para poder finalizar os diálogos este ano”, informou a Rádio Caracol.

Robledo afirmou que os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais foram um alerta que deve reunir todos em torno do processo de paz para evitar que “Óscar Iván Zuluaga chegue à Presidência para declarar a guerra de (Álvaro) Uribe contra as Farc”.

Leia também:
Farc completam 50 anos e se aproximam da consolidação da paz
ELN espera que alianças presidenciais sejam em prol da paz na Colômbia
Farc reafirmam luta por Assembleia Constituinte

O representante do Centro Democrático, que enfrentará Santos nas urnas no dia 15 de junho, reiterou que se chegar à presidência, no mesmo dia que assumir o mandato, decretaria um cesse provisório das conversas e colocaria condições às Farc.

Para Roy Barreras, presidente da Comissão de Paz do Senado, dividir as equipes para estudar separadamente os dois temas que faltam da agenda daria mais confiança aos colombianos sobre como o país está perto de alcançar a paz, agregou a fonte.

A Assembleia Permanente pela Paz também apoiou a proposta de Santos de agilizar os diálogos. O representante dessa organização, Luis Eduardo Salcedo, apontou que a mesma dinâmica do processo facilita a inclusão de outra equipe para dar impulso às conversas.

"Não é apenas necessário e apropriado, é um processo lógico quando existe um compromisso tão importante de avançar para o fim do conflito armado que hoje é irreversível", disse.

Em entrevista às rádios Caracol Radio e Blu Radio, Santos indicou que os dois pontos que faltam concluir, o tema das vítimas e o fim do conflito em si, poderiam ser abordados de maneira simultânea. A ideia, disse, é subdividir as equipes para avançar mais rápido nos pontos quatro e cinco da agenda.

As conversas, instaladas em Cuba em novembro de 2012, conseguiram acordos parciais em três pontos da agenda: o desenvolvimento agrário, a participação política e a solução ao problema das drogas ilícitas, um passo qualificado como histórico.

A equipe governamental, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, voltará no dia 2 de junho à mesa para outra rodada de diálogos.

Fonte: Prensa Latina